30.12.05

A epígrafe é do Valéry

O que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem ?

Como vivi durante

quase
duas décadas ?

Pergunto-me por vergonha.

Não vergonha vergonhosa,
daquelas que avermelham as bochechas:
não essa, mas
vergonha de viver fantasmagoricamente,
que reluz e fulgura
como algo transparente
como um fogo sem lenha,
como uma cabeça de fósforo,
como um lume de lua nova:

quase apagando-se.

Fogo sem carvão para lhe confirmar a ausência.
Minha ausência, onde ela está ?
De onde engendrarei meu carvão ?

Uma ausência contida
em meio ao tudo e tudos e todos existentes
na minha rua,
na penúltima casa da rua,
que muitos nem sabem que ainda faz parte da vida
e do bairro.

29.12.05

Airton Monte

Escrevi um e-mail pra ele. ^.^ Nesse instantim.

Você já escreveu pra algum escritor que gostasse?

26.12.05

Stanley Kubrick

O mundo parece tão mais silencioso depois de assistir a 2001: uma odisséia no espaço...

24.12.05

Meia-carta

Oficialmente, começa no dia dez de agosto, meio da semana, quarta-feira. E não fomos nenhum dos dois que começamos: em verdade, foi um sujeito: Artur da Távola, com seu textinho sobre namorados, no qual me descobri um diletante inveterado do meu bubê.

Agora, que chegamos no final do ano - nós dois, só, viu ? Não se inclua nisso não - estamos com o quê ? Fazendo as contas, dá uns quatro meses e...catorze dias. Quatro meses e duas semanas de não-sei-o-quê que começou numa quarta-feira do mês do cachorro louco. Quem começa algo em agosto tem de ler aquela crônica do Caio Fernando Abreu sobre como sobreviver ao agosto. Eu li, o bubê leu.

Não-sei-o-quê porque existem coisas que só funcionam se não forem ditas. Se você me entende, que bom; se não, não se desespere: menos dia, alguém vai lhe enfiar uma epifania nessa sua cabecinha e você vai regredir ao estágio de dez, cinco anos, quando tudo é belo e nossa capacidade de se comover com a tragédia da vida tá lá nas alturas, limítrofe com o céu e as ciências naturais. Mas tudo é limítrofe com as ciências naturais, então não fique tão feliz.

Falando em feliz, então é natal. E hanukah também, acho. Acredito que ambos sejam comemorados na mesma data, o que me deixa muito feliz, visto que o povo judeu e a religião judaica são coisas as quais admiro desdo hoje, quando assisti como muito prazer e dor ao preto-e-branquíssimo A Lista de Schindler. Uma tragédia, das gregas, e isso é um elogio.

E onde foi parar aquele meu sentimento de como se a gente subisse a escada com trezentos e sessenta e cinco degrais de uma vez, só pra descer tudo de novo, ãh ? Aquele sentimento de subir: cadê ele ?

E prometo que um dia te salvo, tá, bb ?

23.12.05

Meu povo, tenho que satisfazer minha pulsão de vida, jesus, maria, josé.

19.12.05

Sinceramente. Parece-me uma boa maneira de começar uma história: sinceramente. Com a palavra e intenção. É que arte e histórias só se contam e valem quando são ditas na sala da verdade, quando tudo o mais é por demais impreciso.

E a verdade é um negócio muito escorregadio mesmo, que nem comida quente demais, que a gente coloca na língua já querendo tirar pra não se queimar. Na verdade, acredito ter a verdade o maior muro de Berlim já construído entre ela e nossa humanidade. Um muro infinito, que é tão grande, mas tão grande, que nem parece que está lá: o mundo acaba ali.

Mas o mundo não acaba ali: ali começa a verdade. E agora, José ? Somente a humildade mesmo para deixar a gente se aperceber disso. Mas não é a humildade que faz a gente não deixar essa incapacidade de conhecer abalar os nervos da gente.

Acredito que essa força venha do amor Não amor pela verdade, que verdade num é bicho pra ser amado - ou conhecido. A gente ama pessoas, bichos, comidas, lugares, memórias, cheiros, o bubê. A gente ama uma poesia, um quadro, uma palavra, um nariz, algum dente, uma rua, um bar, uma árvore, um livro - vários livros. E do amor a gente não duvida. Ele mexe com o corpo da gente de uma forma tão assim que não se precisa de certeza pra amar: basta amar, intransitivamente.

Diria o filósofo: "amor é uma coisa-em-si."

15.12.05

Quando acordei, me senti só. Só porque tudo estava escuro, todas as luzes apagadas, a do quarto, a da sala, a do corredor. Me senti só porque acordei descoberto, sem ninguém que me cobrisse com um lençol macio e fino. Me senti só porque homens conversavam alto no apartamento do lado, conversa ininteligível porque pegada do meio. Me senti só porque tudo estava mais longe e irreal sem óculos de grau 3.5 para miopia. Me senti só porque a pouca luz da lua estava la fora, esforçando-se pra se refletir na parede. Me senti só porque parecia já de madrugada. Me senti só por ter passado o dia dormindo. Me senti só porque deveria ter ligado pra ela, mas não acordei com o telefone tocando. Levantei-me, olhei as horas, seis e meia, as janelas abertas, meus primos brincando lá embaixo, a luz do corredor esse texto e ela.

14.12.05

Toda palavra é o que não está ali.

Imagine uma caixa vazia de papelão, certo ? Aquelas que vem a televisão dentro, ou o rádio ou o playstation, aquelas grandonas, mas pode ser pequena também. Pois bem. Temos uma caixa. Não tem nada dentro da caixa.

Use todo o seu poder de abstração agora e imagine algum motivo qualquer para dar essa caixa a alguém. Qualquer motivo, não importa qual: importa ter o motivo.

Pois é: essa caixa é a palavra, que não tem nada dentro, e que a gente dá a alguém, daí esse alguém vai devolver a caixa pra gente, com alguma coisa dentro, e a gente vai ver o que é, e vai dizer "oh, muito obrigado" e vai colocar outra coisa na caixa, ou ainda pegar outra caixa - a gente usa muitas caixas, em verdade - e colocar alguma coisa dentro e esperar que a pessoa goste e entenda o que a gente quis fazer e dizer com aquele presente dentro da caixa.

Toda palavra é uma ausência.

Sei que isso é uma citação, mas não lembro quem disse. É uma ausência porque não tem nada dentro da caixa-palavra: quem vai colocar alguma coisa dentro da nossa caixa é a outra pessoa pra quem a gente vai dar a caixa.

Mas se a gente deu uma caixa, é porque espera que a pessoa coloque uma coisa que caiba na caixa: ninguém quer ver sua caixa rasgada.

Será que deu pra entender ?

12.12.05

Conversa outra

São sempre solitárias quando são no meio da aula e seus botões cismam que querem a luz do sol ao escuro da ciência.

- Qual a importância da fonologia ?
- Descrever a língua.
- Mas pra quê descrever a língua ?
- Pra saber como ela funciona.
- Mas de que me serve saber como minha língua funciona ?
- Para aliviar a sua miséria da existência.
- Como disse o Brecht ?
- É.
- Mas isso não alivia a minha angústia de existir.
- Então a fonologia não lhe serve de nada.
- Mas será que para alguém ela é importante ?
- Talvez... Acredito que sim. A professora parece bastante interessada nas alofonias alveolares e dentais.
- Mas porque ela está tão interessada num assunto tão besta ?
- Deve ser porque pra ela não é besta: é interessante, faz sentido.
- Alivia o peso de existir dela.
- Isso.
- Céus, mas que tipo de existência estúpida pode ser aliviada pela fonologia ?
- Ela não deve ter só a fonologia.
- Mas ela tem a fonologia. Se esta não lhe soprasse um laivo de luz em sua obscura existência, ela a descartaria.
- Assim como eu descartei a fonologia.
- É.
- Então porque assisto a aula que me é irrelevante ?
- ...Porque precisas passar na cadeira, pra conseguir teu diploma e poder ensinar português.
- A fonologia está no caminho do meu prazer.
- É. Isso.
- Vão ser bem angustiantes os próximos três anos.
- É...Vão sim.

O mesmo vale pra sociolingüística.

11.12.05

Luis Dolhnikoff

a mente é o que cérebro sente
por si mesmo

(o horror é a mente entregue
a si mesma)

mas não em si mesmo:
o cérebro em si nada sente

(cérebros são operados
sem anestésicos)

10.12.05

Texto colado

Acredito eu que estava passando por uma crise de inspiração. E expiração também.

Porque ser escritor é todo o processo de respirar: inalar o aroma do mundo, e escolher as partes mais cheirosas para prender dentro das palavras.

Prender ? Sim.

O Roland Barthes não disse que a língua era fascista ? Sim, ela se destaca mais pelo que não deixa dizer do que pelas suas possibilidades de expressão. Ora, ora, afinal, encontrava-me preso dentro de minhas palavras, sem saber em qual significante acreditar, havendo perdido completa fé nos significados, em meu curso e na humanidade. E eu sou um dos otimistas, não se engane.

Quem me acalentou e acalenta durante minha(s) crise(s) são dois: meu amor - não a entidade, mas a pessoa de verdade, meu bebê, boca de luar - e o Rubem Alves, ou os livros que ele escreveu e o nível econômico da minha classe social média permitiu adquirir.

Acredito ter pegado o Sr. Alves num momento muito fecundo e adequado da minha vida. Bem na hora - quase como que por feitiçaria - ele chegou me expondo os paradoxos da educação, da ciência, do pensamento científico, do meu próprio pensamento, e de tantas outras coisas que eu não entendia. E ainda não entendo, mas isto se resolverá, eu me prometo.

Quanto ao meu amor, que mais posso falar. O amor é silêncio, se disser estraga.

Um amigo disse-me que a conclusão do Aristóteles ao fim do Ética a Nicômaco era a seguinte: que você só precisa de si mesmo para ser feliz. Ao que outro amigo retrucou, sabiamente, que ele chegara num nível de alienação muito grande para pensar isso. Acredito que nós realmente precisamos de alguém para abraçar e sermos abraçados:

vida boa é solidão a dois.

Até. []'s

8.12.05

Googlada

Deus do céu: tu já colocaste teu nome completo no google pra procurar ? Fiz esse experimento nesse instante, e achei um troço meu que eu mandei prum site inglês na 5ª série !

Nossa senhora. Jesus, Maria, José. O documento é de 1998, e eu acredito que tenha sido algo que o meu colégio tenha mandado-nos responder.

Name/Age/Gender: Caio Marinho Ribeiro, 11, Boy
E-Mail Address: [log in to unmask]
City/Place: Fortaleze,ceará
Country: Brazil
School: Colégio 7 De Setembro
Format: WWW

question1: Na verdade eu não tenho nenhum Hobbi,mas,eu tenho muitas preocuações uma delas é com o meio ambiente
porque todo mundo tem que jogar papel na rua sabendo que tem um lixeria perto de você?

question2: Eu sempre tive um sonho que é quando eu crescer eu quero ser jornalista
de um jornal importate.Eu acho que ser jornalista é uma profissão aventureira
e eu gosto de aventuras e coisas perigosas

question3: Bom eu gostaria que nínguem jogasse papel na rua e muito menos nas matas,parques ecológicos,etc.

question4: Para que eu seja no futuro um bom jornalista eu tenho que estudar,ler bastante e me esforçar para que no futuro eu seja um bom jornalista.

- Submitted via the KIDLINK WWW - 98.02.01 18:06:24 GMT -
-------> http://www.kidlink.org/RESPONSE/4Q.html <-------

Caralho, tem até a hora !

Notem os erros crassos e o desleixo com a ortografia.

5.12.05

Disse eu, certa vez, para um amigo meu, andando até a parada:

Não, porque, pra mim, o educador é aquele que faz o aluno gostar da matéria. O professor é aquele que faz o aluno detestar a matéria.

George Polya, um matemático húngaro, disse:

É tolo tentar responder uma questão que você não entende. É triste ter de trabalhar para um fim que você não deseja. Coisas tristes e tolas como estas freqüentemente acontecem, dentro e fora da escola, mas o professor deve evitar que ocorram em classe. O estudante deve entender o problema. Mas não basta que ele o entenda. É necessário que ele deseje sua solução.

Levante a mão quem está interessado em saber da variação do fonema /r/ em Itaituba ?

Tá vendo ? Não dá nem pra entender, quanto mais querer solucionar um djábo desses.

[]'s

2.12.05

Conversa

- Pois é, né, macho. Já começaste errado.
- Como assim ?
- "Caio": um verbo e tal, já começa caindo...
- É redondo...
- Pois é. A imagem que aparece na minha cabeça é de alguém caindo num poço sem fundo, desesperado, esperando alguém jogar uma corda, mas ninguém ouve o socorro do caio.
- Porque eu sou a queda, não é que eu esteja caindo.
- Justamente.
- Então não tem salvação.
- Realmente: fudeu.
- Mas e agora que tu percebeste isso, como é que fica ?
- Putz, sei lá, vou ter que continuar amando e acreditando nas melhores pessoas.
- Hoje foi foda, né ?
- Foi, deus do céu. Eu me esqueci até de como sentir dor.
- A queda aumentou de velocidade e as paredes do poço foram mais para longe.
- Isso. Mas o que eu tenho medo é de ter chegado num nível de alienação sentimental tão grande que...
- Que o quê ?
- Que eu não consiga mais chorar pra mim. Sentir dor pra mim. Escrever pra mim. Amar pra mim. Creio que tenha perdido completamente meu sentido narcísico.
- E a auto-estima, ó.
- Com certeza. Se me pedires para parar de chorar, eu paro na mesma hora, mas fica quase um coágulo no meu coração. Engraçado que eu não consigo voltar a chorar.
- É o teu armário das dores e angústias.
- A maior de todas foi hoje.
- Me toco, me toco.
- Vive trancado: só se abre pra colocar coisas novas dentro, depois que entrou, tenha zé pra abrir e tirar algo lá de dentro. É muito escuro, além do mais.
- Deus do céu, mas isso é horrível. Pra mim e pra quem tá perto de mim.
- Vala, por que ? Num é só tu que se fode não ?
- Não: um bebê completamente desprotegido, sem soldados nem forças para lutar, fica mais do que vulnerável a qualquer ataque, por mais frágil e insignificante que seja.
- Putz, é mesmo. Então fodeu.
- Fodeu. Que que eu faço ?
- Escreve e ama, criatura.
- Fácil falar. Eu preciso é de atenção agora. Mas devo ter muito pouca coragem pra pedir alguém ajuda. Não sei o que fazer.
- Mato sem cachorro. Não vale se suicidar.
- Não, suicídio não: seria egoísmo demais para com os meus queridos.
- ...
- Que foi ?
- E além do mais TU também poderia MORRER, né ?
- É, mas isso deve ser de menos: deixem que os mortos enterrem os mortos.
- O problema sabe qual é: tu tá se vendo como empecilho, como bagulho, como obstáculo, como troço, como coisa, como bicho. Num é assim. Tu és uma pessoa, nascida da natureza, criada em sociedade, versada nos princípios básicos do entreagir humano.
- Eu preciso de um abraço.
- Preciso é de umas peas, isso sim. Precisa de amor não: amor já tem. Precisa de colhões, de bolas, precisa se levantar e sair dessa caverna escura, abrir esse armário mais alguém.
- ...
- Você tem que se preocupar é com você: já dizia o Tio Hermes. "Você tem que se preocupar com você, preocupe-se com você que é o melhor que você faz."
- Mas e os outros ?
- Os outros se cuidam deles mesmos. Tu não é tão necessário para a existência das outras pessoas, criatura.
- É mesmo...
- Dã, lógico. O melhor que tu pode fazer é sem gentil e caridoso com os teus amigos. E a vossa amada. Ela, acima de tudo.
- Sim, com certeza.
- Acima de ti até.
- Acima de mim ? Mas eu não tenho que me preocupar comigo mesmo ?
- Sim, mas ela é tua maior influência sentimental: cuidar dela é o mais próximo que tu vais chegar de cuidar de ti mesmo, cuidando de outro.
- Boa...
- Humrum.
- Ufa...Me sinto melhor. Mas a gente nem discutiu a minha universidade.
- Cara, tu vais terminar este teu curso, pra - que nem disse a Dona Lourdes - arranjar o primeiro emprego, e depois tu fazes o que tu quiseres, especializa-te em qualquer coisa aí.
- Nem tenho mais certeza se quero fazer faculdade de filosofia.
- Vala minha nossa senhora, criatura, se decide ! Vai fazer mestrado em quê ?
- Putz, acredito que em lingüística textual.
- Mas só pra ter aula da Irandé ? Tu sabes qual é o objetivo do mestrado ?
- Acho que não...
- Afirma, porra ! "Sei não, caralho ! E daí ?"
- SEI NÃO, PORRA, BUCETA ! QUAL É ESSE CARALHO DE MERDA DE OBEJTIVO, HEIN ?
- Ah, assim sim, porra. O objetivo do fucking caralho do mestrado é sei lá.
- Arriégua.
- Pois é, mas eu sei que tu não pode se basear só em ter aulas com a Irandé Antunes.
- Pois é, me toco, me toco. Talvez em sociologia.
- Sociologia é lega, sociologia é legal.
- Muito provavelmente algo ligado à educação, cara. Disso eu tenho certeza.
- Que bom, que bom.

Beijos a todos e a mim e ao meu bebê. É que faz tempos que não mando beijos, e eu preciso como parte do meu tratamento auto-estabelecido.

Até o próximo post.

1.12.05

Déficits

1.Antes de tudo, tenho que me entender. Conhece-te a ti mesmo. Onde houvera o Id, haverá o Ego. Sujeito pós-moderno: pedaços. Pre-potência: potência antes de tudo. Capacidade minha, que não desejo nada.

2.Imagine um oceano todo azul, sem sujeiras. E alguém que não nada, mas entende um pouco de boiar, um pouco de remar, um pouco de olhar para cima e um pouco de lingüística - ou metafísica, como queiram.

3.Eu acho que perdi meus anseios. Cadê a minha busca ? O que eu devo procurar: preciso de mestres: os livros não me servem mais. Aliás, nem nunca me serviram: eu preciso de um mestre e de um abraço e de uma casa.

4.Onde está o meu Outro ? Deus do céu, em quem eu vou me fucking perder ? Eu preciso de um chocolate. E de alguém que arrume meus pensamentos. E de um ouvido agudo para os silêncios do meu infinito, que é bem pouquinho e fácil de ser entendido. O negócio é saber que ele está lá, para todo sempre, dentro de mim, quase pra fora: problema meu e dos meus dispositivos de defesa psíquicas.

5.Acho que vou surtar. Não gostaria de surtar, amigos. Não me deixem surtar.

E 6.Não me deixa surtar.