9.4.06

Quero ver como a Clarice.

Não quero amigos de almas pequenas.
Quero almas tão grandes
que não caibam nelas nem toda a estória
da história.

Quero um pouco do mar Egeu
nas minhas lágrimas européias.
Eu quero um pouco da Amazônia
no meu sovaco fedorento.

Eu quero pensar na minha terrinha
como um lugarzinho bom de viver e fazer poesia.
Mas quem escolhe não sou eu:
são elas, que fazem isso daqui.

Tenho que me cegar,
e me privar de toda sanidade,
de todo bom senso,
de toda razão,
de toda lucidez
e,
então,
deste modo,
com todas as forças,
finalmente,

Poderei ser quem eu quero ser.
Nem que seja só por uma
verdade inventada.

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