30.6.05

Vigésimo Quarto - Daquilo Que Não Pode Ser Omitido.

Eu acredito na humanidade, e a culpa é dela.
Eu acredito no Metal, porque ele é bom.
Eu acredito em mim, porque tem que começar de algum jeito.
Eu acredito nos outros, idem.
Eu acredito que quando uma banda pauleira perde um vocalitsa fudido, ela pode dar a volta por cima e sair sapateando.
Eu acredito em todos aqueles que nasceram no ano de 1986, porque é o mesmo do meu.
Eu acredito nos egocêntricos, porque deles é o reino do céu.

29.6.05

Vigésimo Terceiro - Das Coisas Que Tem De Ser Ditas.

Tem coisas que só a poesia consegue dizer.
Tem coisas que, sem poesia, não vale a pena dizer.
Tem coisas que valem a pena dizer, mas sem poesia.
Tem coisas que valem pela poesia, mas não valem a pena dizer.
Tem coisas que valem a pena dizer, mas não são poesia.
Tem coisas que a poesia consegue dizer, e a gente também.
Tem coisas que só a poesia não consegue dizer.

27.6.05

Vigésimo Segundo.

Olhou aquela foto velha. Quase uma lágrima. O porta-retratos contra a parede. Cacos. Nunca foi fã de fotos. Que grande mentira. A vida simplesmente aconteceu. Simples assim. Mas também nunca foi fã da simplicidade.

Vigésimo Primeiro - Das Feridas.

Feridas são fantasmas com sangue coagulado em cima. Negras, parecem que tem casca, mas são mais frágeis que um galho contra uma serra elétrica.
Pegue um saco de merda. Agora esprema. Agora coloque na boca e faça bolhas de bosta com a merda. Pois é. Lamba os dentes. Bocheche. Eu odeio me sentir desse jeito. Puta que pariu. Tem algo de masoquista em mim que eu simplesmente não gosto e não consigo jogar fora.
Tem certos momentos na vida de gente que são marcantes. Alguns desses momentos a gente traz na bagagem com a gente, outros ficam só na memória. Todos vem junto com a gente, e aí que começa o problema. Esses momentos são marcantes demais para serem esquecidos. A gente não esquece nem que a vaca pegue tuberculose e morra engasgada no próprio pigarro.
Mas tem aqueles que a gente QUER esquecer, caralho.
Todas as nossas feridas são abertas. Elas não se fecham, a gente que esquece de cutucar. Quando se lembra e - aqui entra o masoquismo meu - vai lá mexer na danada, a dor era maior daquela que a gente se lembrava.
Bem maior, meu caro. Pegue uma faca, esquente no fogão e peça para alguém lascar na sua ferida.
E esse masoquismo é tão grande que a gente insiste, década após década - cada vez mais sábio - em meter a porra do dedo no caralho da ferida aberta.
É horrível, meu caro. Lastimante o quão impotente a gente se esconde - tenta se esconder - das nossas feridas, enquanto elas continuam lá. Não tem nem band-aid pra colocar em cima.
"No mar tanta tormenta e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida;
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida !
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno ?"
Lá dos Lusíadas. Tem coisas que só a poesia consegue dizer.

Vigésimo - Da Liberdade.

A gente não vive sem escravos.
As mulheres do McDonald's que são obrigadas a fazer aquelas tranças que quebram o cabelo todim são nossas escravas. As nossas empregadas que pagamos um salário de 140 reais mensais são nossas escravas. Os mecânicos que enchem os pneus dos nossos carros de graça - mas que nós damos algumas moedas para tirar o peso da consciência - yup: eles são nossos escravos.
Aquele menino nojento que entra no ônibus vendendo jujuba e falando: "bom dia, senhoras e senhores. Eu venho aqui, mas eu podia tá roubando..."
Ele também é nosso escravo. De um bocado de gente aliás.
A única diferença dos escravos de hoje com os prisioneiros de guerra e os negros de antes é que a gente paga os nossos, o que não melhora muita coisa não. Enquanto a Branca tem 300 reais de conta pra pagar todo mês, ela recebe 140 de salário - com descontos por dia faltado - e o marido vive batendo nela. Como é que dinheiro vai melhorar a situação de uma pessoa dessa ? A vida da gente não se ajeita com míseros 140 reais.
A liberdade nunca fica em promoção. Sempre custa caro, principalmente na Riachuelo. quem tem cartão de crédito e muita coragem, pode tentar parcelar o preço da liberdade em 24 vezes, o que é um paradoxo, já que a gente TEM que pagar o preço.
Aliás, uma perguntinha rápida: a liberdade é compatível com a felicidade ?
Aliás, mais fácil. Ela é compatível com a responsabilidade ?
Não vou responder essas perguntas agora. Mas o meu palpite é que são sim. Devem ser. Aquele "código moral e ético socialmente estabelecido" que tantos filósofos pregam por aí tem tanta cara de que é uma puta mentira inventada por quem acabou de beber oito copos de tequila, que muita gente já mandou essa idéia para a puta que a pariu.
Mas eu sou um otimista inveterado. Otimizo excessivamente. É uma doença - para mim - incurável.
Graças a deus.

Décimo Nono.

Para quem nao sabe estudo na Uece e esta encontra-se em greve desde >o dia 11 de maio de 2005 nas unidades da capital. Os ultimos >acontecimentos foram humilhantes para todos aqueles que fazem parte >desta universidade. Espero, sinceramente, que leiam o que ocorreu e >que se possivel encaminhe o email para o maior numero de pessoas >possivel. Agradeço desde já. Beijos, Lívia>>No dia 21 de junho de 2005 e Universidade Estadual do Ceará em seus >30 anos de existência passou pelo dia mais triste de sua história.>Com um processo de greve que se encaminha para 4 meses nos campus do >interior e 40 dias no campus da capital, como atividade de pressão >estudantes e professores ocupavam a reitoria da UECE por mais de 1 >semana. Quando, chega um oficial de justiça ordenando a retirada dos >grevistas do local com um processo responsabilizando 15 ocupantes e >sua maioria professores.>O movimento de forma pacífica já desocupava o recinto quando um >grande aparato policial, ostensivo, Choque, Cotam entre outros >aparatos repressivos, que só deveriam ser usados para ações de alta >periculosidade cercam a Universidade e Reitoria ocupando todos os >espaços.>Armados com fuzis, bombas de efeito moral e cassetetes, começaram a >corta e rasgar as faixas espalhadas pelo campus do Itaperi e >intimidar estudantes que estavam no local.>Formando um corredor polonês, estudantes e professores foram >proibidos de continuar em qualquer local da Universidade, sendo >escoltados até o portão de saída da instituição.>Pasmem, o Polícia e Reitoria dessa Instituição Pública expulsaram >Estudantes e Professores da Universidade como se fossem criminosos, >bandidos de alto risco.>Durante a escolta, muitos estudantes choravam, muitos por estarem >sendo humilhados pela administração superior dessa instituição e >outros por temerem o que aconteceria quando chegássemos na rua, já >fora da Universidade.>Porém, não desistimos, com aplausos, de funcionários e demais >estudantes que não ocupavam a reitoria, fomos expulsos da UECE. >Achando que o problema acabava por ai, não fomos permitidos ficar na >calçada, do lado de fora da instituição.>O polícia começou a marchar em direção aos grevistas que carregam >muitos materiais, colchões, fogareiro, vídeo, tv, bolsas, etc. Só >sendo permitida a permanência dos grevistas do outro lado da rua. >Após várias horas de tensão, a política deixa o cordão de isolamento >da frente da Universidade não permitindo ninguém entrar na UECE e >marcha em direção a reitoria.>Pasmem, os soldados dormiram na reitoria, isso mesmo a política >armada agora SITIOU A UNIVERSIDADE.>Justamente, voltamos aos piores anos de DITADURA no Ceará, isso >reflete um Governo autoritário, que está envolvido com vários >escândalos de ingerência, esquemas de grupos de extermínio e >corrupção.>Por tal atitude da Reitoria e Governo, na mesma noite, os grevistas >acamparam em frente a UECE, até que o polícia armada, Choque, seja >retirada do campus, onde até hoje se encontra, intimidando >estudantes e professores, almoçando no R.U de graça e furando filas >e provocando estudantes para um conflito.>Denunciamos tal ato da Reitoria da UECE, que vai sediar a 57 Reunião >Anual da SBPC, historicamente palco de manifestações e democracia. >Corremos o risco da encontramos ainda a Universidade SITIADA, ou que >qualquer manifestação seja reprimida por essa reitoria(Jáder Onofre >de Morais) e governo (Lúcio Alcântara - PSDB) que o Ceará >infelizmente possui.>Pedimos o apoio de a sociedade para divulgar tal fato e suas listas >de discussão e chamar todos e todas para a programação de >manifestação que ocorrerão dentro da SBPC, principalmente no dia 21 >de julho, onde se completará 1 mês de volta a DITADURA no Estado do >Ceará e da Universidade Estadual do Ceará.>A GREVE CONTINUA, AGORA COM MAIS FORÇA PARA LUTAR CONTRA O ATRASO >ADMINISTRATIVO QUE POSSUÍMOS.>SEMPRE EM DEFESA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E QUALIDADE E >PRINCIPALMENTE NA UECE, SEM POLÍCIA ARMADA AMEAÇANDO ESTUDANTES E >PROFESSORES.>
(texto de Diego Gadelha)

26.6.05

Décimo Oitavo.

Acho que o fato de eu não ter dormido fez com que a Terra girasse ao contrário e voltasse no tempo. Meu relógio do PC estava marcando inexplicáveis 00:00. Vixe.
Tá bom, então eu não postei ontem - foi ontem ? - foda-se. Valeu a pena. Fou um dia bom.
Todo mundo tem que ler Holy Avenger, cara. Porra de mangá do caralho. Apesar dos desenhos do Cassaro serem mais toscos que não sei o que - o que não é um problema, já que não é ele quem desenha - o roteiro é fuderoso e os desenhos da Awano são muito legais. Porra de história engraçada do caralho. Show, show, show.
Muito bem. Estou com nove reais e vinte e nove centavos na minha conta. Não vou entrar na porra do cheque especial. Não sou suicida monetário.
Ah, e eu tenho que comprar uma porra de um headphone novo. Os meus não possuem mais sangue para dar.
Valeu ? Valeu.
Caio Marinho has left the building, people.

24.6.05

Décimo Sétimo.

Esse texto é o melhor que eu já escrevi, num acesso de poeticidade que não volta mais. Ele é o único que eu consegui salvar do meu antigo HD formatado. Foi publicado na Whiteout! nº2, como texto da coluna "Assim, assim, assado." - que é o meu veículo pra colaborar com a galera do fanzine. ^^ !
Esse texto é a minha última lembrança - que eu me lembro agora - do tempo em que eu tinha alma do poeta, e não do ensaísta. Tá muito bem escrito. Valeu, Caio. Parabéns.

Décimo Sexto.

Convergência ou Ínfimo momento

Desço do ônibus. Despeço-me de um amigo. Atravesso o cruzamento. Inicio a caminhada até minha casa. Este trajeto simples traço todos os dias de segunda à sexta. Hoje, porém, ocorreu algo diferente.

Começo a caminhar. O barulho dos meus sapatos mistura-se ao barulho dos carros. Paro alguns instantes para me certificar se são realmente meus sapatos os culpados pelo ruído. Esta parada foi meu portal, minha entrada para um outro mundo. Observo. O barulho cessa e inicio minha peregrinação. O silêncio dos carros, das árvores, dos pássaros, do lago assusta-me, assim como sua figura. Irrisória, a princípio, aquela imagem de pernas torneadas, quadris convexos, bem feitos, cintura fina e cabelos curtos nada significa para mim. Ando e olho-a. Acompanha meus passos. Quero acelerar, mas não posso: estou preso nesse momento. Aquela pessoa cabisbaixa, garota de pernas torneadas e andar requebrado me fascina. Não consigo retirar meus olhos de seu andar. Estou preso, submisso.

Suas roupas, trapos: uma calça mínima – assemelha-se à uma roupa íntima – e um top, preto e branco, listrado.

Noto sua vestimenta, mas ainda não vi seu rosto. Analiso-lhe de alto a baixo. Seus pormenores estavam em meu cérebro, mas quero presenciar seu rosto.

Desespero-me: o caminho inicia a se findar. Fugiria daquele mundo sem saber quem fora a triste anfitriã que me recebera. Tanto tempo se passara, tantos passos e nenhum olhar. Somente aquele andar requebrado e as roupas que quase vestia. O tempo conspira com aquela figura: nenhum dos dois quer minha saída desse momento. O tempo quer-me preso; ela quer-me sedento.

Olho para outro lado e vejo crianças correndo, um senhor recebendo uma encomenda e noto que escapei. Estou livre, mas sinto-me acorrentado. A agonia continua; a curiosidade também. Não quero chegar em casa. Não quero sair daquele local, daquele momento. Quero manter-me ali até o final da eternidade, quando o próprio tempo virá me receber, arrancando-me aquele penúltimo suspiro – o último prometerei àquela que perscruto. Não sou merecedor deste momento. Nem de mim mesmo. Sou vulgar, ela é plácida; sou sedento, ela, satisfeita; sou humano, ela, transcendente. Sou singular. Ela é plural.

Paro em frente minha casa e toco a campainha. Alguém me diz para esperar um pouco. Volvo meu olhar a ela, que agora me deixará como me encontrou: plácida, de andar requebrado e cabeça baixa. Tudo está perdido. Viverei para sempre com esta terrível dúvida. Esta agonia me consumirá e não restará nada além de uma pergunta e uma esperança. O olhar seria minha redenção... Mas ela não olha ! Não me responde ! Não consigo falar. Sinto a vida esvair-me a cada suspiro. Os meus lábios ressecados não formam sílabas, apenas indagações caladas. Fecho os olhos. Uma lágrima escapa de meu olho.

Limpo os óculos. A visão embaçada mostra-me seu vulto. Retorno a visão clara e percebo que me olha. Um olhar pequeno, de sobrancelhas arqueadas. Noto tristeza. Ela percebe-me. Não sofreu minhas agonias. Não sofri as dela. Mas ambos sabíamos que, naquele momento, nossa viagem havia se findado. Os destinos, ligados por um laço de efemeridade, foram lançados às mãos trêmulas e caprichosas da eternidade.

CMR.

23.6.05

Décimo Quinto.

"O amor vai fuder todo mundo.

Vai matar igual à guerra.

E nem é poesia

morrer de amor."

- Suyá Lóssio

É isso aí que acontece quando a gente dá uma brecha pra quem tem alma de poetisa - que é melhor que a do poeta.

Décimo Quarto.

Adoro quando eu consigo acertar a chinelada na barata antes dela fugir ou sair voando.

Meu caro, pense num jogo massa Dragon Ball Advance Adventure ! Pra GBA. Tinha me esquecido como é bom jogar no emulador. Principalmente os jogos do Game Boy Advance que resgatarão o espírito simples, eficaz, jogável e platafórmico do SNES. Parabéns, Nintendo. Mandem o GameCube pro lixo e continuem lançando jogos pro GBA que é muito mais negócio.

Eu tinha uma página tão boa pra baixar roms de SNES, mas formatei o PC.

Pecado capital, eu sei.

Era uma página americana. Bem organizadinha: tinha que se registrar pra poder baixar os roms. Login e senha e uns pontos lá pra quem baixa mais - mas era a mó mentira, o contador deve ser o mesmo do orkut.

E eu não tenho mais coragem - agora - de ir atrás. Ah ! Mas meu primo tem, depois, quando o sol se levantar pra cuspir, eu pergunto pra ele.

Eu acho que toda criança com um certo poder aquisitivo já jogou videogame quando tinha lá seus 6 - ad infinitum anos. Eu me lembro de muitos dos meus amigos fazendo a seguinte promessa - que eu também fiz: "Acho que nunca vou deixar de jogar videogame, ó ! Num tem como não !"

A gente sabe o que acontece com promessa de moleque.

Tem vários momentos na vida que a gente tem de escolher se quer ser adulto ou moleque, se vai agir da forma socialmente aceita ou se vai se divertir e mandar todo mundo de volta para os ventres profanos das suas respectivas cortesãs progenitoras.

Eu escolho ser moleque. Fodam-se os adultos: eles são muito altos, fumam demais, tem nomes engraçados e trabalhos cansativos que só servem pra sair de lá e chegar em casa pra assistir televisão.

Não jogue sua infância no lixo: tatue-a no braço.

Moleque out.

21.6.05

Décimo Terceiro.

Ah, e o "Peace Sells..." é do mesmo ano em que eu nasci - 1986 - o que só me deixa orgulhoso de ter nascido neste ano dos fucking metal years of the 80's.

Décimo Segundo.

É meu dever cívico publicar as letras de "Peace Sells." Simplesmente fantástica. O Dave Mustaine tá pau a pau com o Álvaro de Campos.

Up The Metal !

Peace Sells

What do you mean, "I don't believe in God"?
I talk to him every day.
What do you mean, "I don't support your system"?
I go to court when I have to.
What do you mean, "I can't get to work on time"?
I got nothing better to do
And, what do you mean, "I don't pay my bills"?
Why do you think I'm broke? Huh?

If there's a new way,
I'll be the first in line.
But, it better work this time.

What do you mean, "I hurt your feelings"?
I didn't know you had any feelings.
What do you mean, "I ain't kind"?
I'm just not your kind.
What do you mean, "I couldn't be president, of the United States of America"?
Tell me something, it's still "We the people", right?

If there's a new way
I'll be the first in line,
But, it better work this time.

Can you put a price on peace?
Peace,
Peace sells...,
Peace,
Peace sells...,
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
[n+1 times more]No, peace sells...

Décimo Primeiro

Aliás, o Drummond disse que o verdadeiro escritor não sabe escrever. Quem num sabe o que tá fazendo ou derrama fezes no falo e senta em cima ou joga qualquer coisa - a primeira, quase sempre - que passar pela cabeça.

É que ele tava escrevendo uma carta e tava lutando contra o papel e num saía a danada. Ele reescrevia e reescrevia e nada. Acho que era para um cara que ocupava um cargo público lá, num sei. Pois é, daí, o verdadeiro escritor não sabe escrever, porque ele escrevia e escrevia, mas não conseguia escrever nada !

^^".

Bicho doido.

Décimo.

Dê um murro na sua cara. Com força. Murro de caminhoneiro bêbado. Bóra. Murro de macho. Murro pra acordar roxo. Pra destruir os capilares da bochecha. Pra impedir que o sangue volte ao normal por causa do inchaço descomunal que se instalou na face esmurrada. Esse tipo de murro.

Pronto.

Ouvir o antológico "Peace Sells... But Who's Buying ?" é a mesma sensação. Porra de álbum do caralho de asa de unicórnio. Dave Mustaine e Cia estavam inspirados quando compuseram este clássico dos primórdios do trash metal. Simplesmente fantástico.

Mas ainda assim, tem seus defeitos, como tudo.

Eu li um negócio interessante num artigo sobre a NWOBHM. No comecinho, o articulista dizia que as bandas como Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath - os jurássicos do heavy metal - no final do anos 70, estavam, apesar de decandentes, "super-popularizadas" e, logo, intocáveis. A NWOBHM foi uma reação a esta decadência do heavy metal, composto por bandas como o Iron Maiden, o Saxon, o Judas Priest, o AngelWitch, o Samsom.

Et coetera.

Só os fraco.

Mas a aula de história fica para depois. O que eu quero discutir é o que o cara disse sobre a popularidade das bandas citadas.

É o que acontece em vários campos da cultura humana, e eu já tinha percebido que algumas coisas, algumas categorias, tem status de dogmas, são intocáveis, estão sedimentados nas nossas cabeças. E nunca tinha - realmente - entendido porque e como elas conseguem essa tão almejada classificação.

Daí o cara disse, logo ali em cima: "Super-popularização."

A coisa tem um quê que chega nas cabeças de tantas pessoas da mesma maneira - atingindo todas de uma maneira positiva - que aquilo é socialmente colocado como "bom." Ninguém PODE falar mal do Iron, ou do Judas: é pecado, meu caro.

Mas dogmas são perigosos e todo mundo sabe disso. Por isso que eu disse que o "Peace Sells..." tem defeitos, apesar de ser um álbum do caralho. Foi estabelecido socialmente - talvez não, hum... - que o Metallica, o Anthrax, o Megadeth e o Slayer são os quatro pais do Trash Metal norte-americano.

É uma discussão filosófica que todo mundo fica dando voltas e voltas e voltas e num chega a canto nenhum sem sair do início. E eu não tô com saco agora pra continuar ela, infelizmente, muito infelizmente. Mas depois eu retomo ela e a história da New Wave Of British Heavy Metal.

Hum, estou prometendo coisas que não vou cumprir. Provavelmente. Mas ninguém disse que escrever era fácil.

Out, God, Jesus and Satan.

20.6.05

Nono.

Hum, acho que vou escrever todo dia aqui. Feels good. É bom. Terapêutico. O próprio título do blog dá vontade de rir.

E, claro, mandar um bocado de gente para a puta que os pariu.

Ah, e me lembrei de voltar a assistir "Lost." Ámem. Porra de programa massa. Embora eu tenho perdido Os Simpsons, mas valeu a pena. Agora é só não perder mais nenhum para não ter que perder Os Simpsons.

Puta que porra. Não tem um tutorial de desenho que preste em português. HUm, o Nomada deveria fazer um e publicar na Net. Ia ficar fudido. Vou sugerir pra ele.

Ah, e eu também tenho que mandar o André se fuder por ter acabado o Live de Vampiro. Filho de cadela sarnenta e grávida de um gato.

Out, baby boy.

19.6.05

Oitavo.

"The Hunt For The Red October", de 1990, com o Sean Connery, o Alec Baldwin e o James Eral Jones. Filme fuderosíssimo. Duas horas. A OST é show. A história é show. Os atores são show. As interpretações tão show. Os créditos são legais que só. Muito fuderosézimo o filme. Fuderóvski até dizer chega. Fodi de tão fudido que o filme é.

Muito foda.

Sétimo.

Segundo o orkut, eu sou "o mestre das situações."

The Wise Man has spoken. Bow before me.

Sexto.

Puta que pariu. Que álbum perfeito.

Ouça o "British Steel", do Judas Priest. Up The Rob Halford. Depois eu vejo o Tim Owens. Não acho que dá pra ficar melhor.

Hum, tinha me esquecido como é bom NÃO dormir.

Aliás, eu descobri um negócio, no mínimo, interessante: mesmo desligando e ligando intermitentemente o Ragnarok, ele AINDA continua travando. Maldito PC. Vou ter que ir na Lan House. É o jeito. Raios.

Algumas coisas que devem ser ditas pela manhã para o dia começar bem:

1. Porra de banda massa esse Judas Priest.
2. Porra de anime massa esse Excel Saga.
3. Porra de jogo massa esse Ragnarok.
4. Porra de RPG massa esse Mago: A Ascensão.

Ah, e tem um desenho no Cartoon de um gato siamês que tem um parente - gato também - que é primo de um cachorro. Daí esse gato tem vergonha de brincar com o cachorro - que, aliás, tem um chpaéu azul na cabeça - mas, no final do episódio, ele dá uma de irmão mais velho e diz que se os outros cães frescarem com ele, ele vai meter a sola neles.

Surreal. Coisas da manhã.

Out.

18.6.05

Quinto.

Três horas da madrugada. Dor de barriga. Hora mais que adequada para ensaios.

"Do Amor

O Renato Russo acreditava que o amor era fácil. Eu não sou fã nem de Legião, nem de Renato, nem de banda brasileira - raios, nem do Brasil - então discordar com ele é fácil.

É é porra que é fácil.

Eu tenho para mim e meus botões que o amor é um ditador latente em todos nós. E a amizade é o maior ato subversivo de todos. Aliás, isso dá uma discussão sobre liberdade e felicidade, mas outra hora. Aqui é amor.

Comçando do fim, quando o amor acaba - porque ele acaba - ele é jogado no ostracismo em algum país europeu e a guerra civil se instala. Aí fodi tudo. Principalmente para algum ditador conquistar o poder novamente. O país se fecha para tentar a estabilização. As forças estrangeiras são vistas como causadoras da desordem já instaurada e por isso são impossibilitadas de entrar no território. A Guerra Civil - após algum tempo - esfria, mas ainda está lá, sob a forma sub-reptícia de guerrilha intermitente. Há, nessse momento, alguma abertura, mas, quando as bases estão aparentemente fundadas, algum filho da puta muito sacana e gente boa que sabe o que faz chega e mete um avião na bunda do país.

Aí é foda. O país perde a confiança das outras nações e se fecha, novamente, mas agora pro motivos compulsórios: não tem com quem se relacionar. A economia vai pro buraco, as relações exteriores cessam de existir e todo resto volta para o útero da puta que o pariu.

Isso quando o amor acaba.

Quando ele começa, é bem simples: superávit econômico e o cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, com direito de veto.

Tá tudo bem. O país vai bem, a economia vai bem.

Daí aparecem os escândalos. Os primeiros, pequenos. Os últimos são os últimos. E os últimos não são pequenos.

Aí fodi tudo. E o amor começa a acabar.

Quando o amor acaba, acontece o que foi descrito linhas acima.

Tem meio ? Se tiver, é igual ao começo, só que sem a surpresa daquele lufada inesperada de dignidade na vida dos governantes. Só boas notícias.

Por que que o amor é difícil ? Por que, meus caros, é uma guerra este filho da puta. A metáfora veste como um luva de boxe. O amor é uma eterna luta que VAI te fuder se tu não souberes, meu caro, o que quer e aonde vai te levar aquilo que você tá fazendo agora. Ele aparece do nada, e você tem que ter tudo planejado. Mas - algumas vezes, graças aos céus - a gente nunca tem. E essa é a graça, na maioria das vezes.

Na maioria das vezes, é o choro também."

Vou dormir. Tentar.

Out.

Quarto.

Eu gostaria de deixar anotada aqui a minha mensagem para o "Bad Donut" do orkut.

"Vá se fuder."

Muito bem.

Algumas coisas:

1. Se você quer se matar ou tem entre 13 e 2o e poucos anos, leia Álvaro de Campos. Você se sente uma merda.

Literalmente.

Uma merda cagada num vaso que não é lavado desde 1938.

Agora, se você for alguém em contato com o seu lado criança - como eu - leia a Cecilinha. Nem quando ela tenta, a mulher consegue escrever algo triste. Subjetivo, no máximo.

Mas, se você for que nem eu - que gosta de mandar as pessoas se fuderem - leia eu - que está mais fácil - ou leia o Glauco Matoso, que faz o trabalho também.

Terceiro.

Ótimo, tinha que selecionar as malditas linhas escritas. Boto em negrito é porra agora que eu boto.

Muito bem, alguns lembretes para eu me esquecer:

1. O Rock Lee é o homem - isso eu não vou esquecer.
2. Tenho que ajeitar meu Ragnarok pra ele parar de travar o PC.
3. Comprar um PS2 ou ir lá no Edvaldo jogar no 3.
4. Não consigo pensar em nada para me lembrar agora.
5. Caralho, dezessete é um número muito bonito mesmo. Puta que o pariu.
6. Ah, e comprar os ingressos do show do Angra.

METAL !

7. Postar este post.

Segundo.

Em negrito fica melhor de ler.

Faz tempo que não escrevo. Aliás, um dos motivos porque não gosto de postar em blogs é a ausência de parágrafos.

Puta merda. Eles fazem muita falta. Num sei como é que se consegue escrever sem eles.

- Um pequeno lembrete: Haverá Coca-cola no comunismo, então não se preocupem.

Sim, voltando ao post.

Parágrafos !

Caralho, eu amor eles. Beijo de língua nos parágrafos. Atitude, irmãos !

Ámem.

Primeiro.

Meu sonho: arranjar um heaphone que funcionem ambos os malditos lados.

Porra de banda massa esse Judas Priest.