29.9.05

Metamorfose estanque.

Não gosto de me definir como uma metamorforse ambulante. Tenho abuso. Além da rotina ser inevitável. E quem não acredita, é burro. Com todo o respeito.

E adoro sebos. ^.^

Abraxas.

28.9.05

Cartier-Bresson.

É um cara tentando pular por uma enorme poça d'água.
Ou é a gente, parado no ar,
sem poder pular por cima dessa poça
tão pequenina, mas que volta sempre,
apelidada vida ?

De dentro de um livreto.

"VI Definição de Paraíso

Mas o difícil, na sua descoberta,
é saber para onde, ler na sombra
a hora de nos apaixonar."

Marcos Konder Reis

Esse cara bota muito quente. Muito quente mesmo. Que nem gelo.

Abraxas.

Centésimo Sexagésimo - Dos direitos e além um pouco deles.

Vou votar contra o desarmamento.

Significa que eu não quero que a venda legal de armas no Brasil seja proibida. Além de mim, meu antigo professor de física do sete, Ulisses, também vai votar contra, e o que, afinal, o Ulisses não sabe ?

O meu pensamento não se desenrola em termos práticos, pragmáticos, úteis ou elaborados. Muito menos simples e rápidos. Ele se desenvolve a partir dele mesmo, depois ele sai, depois ele volta de novo, depois ele vai na cabeça de outra pessoa, depois ele volta, depois ele decide. Eu não decido nada. Só as palavras nos versos e as linhas mal-escritas. O resto ? Que me importa o resto ? O egoísmo me poupa de muitas angústias de noites mal-dormidas, o orgulho me salva do ter que me explicar para outrem e as dúvidas cansam depois de certo tempo.

Só mesmo a eternidade de um instante e o desejo de que deus exista.

Abraxas.

27.9.05

Centésimo Qüinquagésimo Nono - Do modelo.

Depois de uma batalha hercúlea contra o HTML do template do malito, conseguir deixar o blog do jeito que eu queria. Ou quase.

Incrível como sou perfeccionista apenas com as coisas mais bestas.

Abraxas.

Centésimo Qüinquagésimo Oitavo - Ah !

Para quem quiser ver, hás contos no Jornal do Conto. Ide ! Lê !

Minhas bibliografias desse semestre são enormes. Céus. E ainda nem vi todas as cadeiras.

26.9.05

Centésimo Qüinquagésimo Sétimo - Tarde demais.

É que não tem problema. O problema é justamente esse. Mas, falando mais do que especificamente de mim, o que não exclui os outros de modo algum: tá tudo acontecendo tarde. Não que o comigo seja diferente - longe de mim: isso seria especial. O povo sabe como isso já aconteceu com o Saramago, no Saramago.

O autoconhecimento, a automartirização, a revolta sem causa, com causa cega, surda e muda e todas essas frescuras que só acontecem quando a gente é mais novo, e é resolvido quando a gente é mais novo.

As poucas vidas que a gente tem, meu deus do céu ! Só me conta agora dessas coisas, senhor ? Então não tem mais jeito pra. Até pra copiar coisas dos outros ! Pra não copiar, tem que acontecer cedo, pra gente se definir cedo, pra saber quem são seus amigos cedo, pra andar nos lugares certos cedo, pra fazer as coisas que gosta e evitar as coisas que não gosta. Tudo cedo, cedíssimo.

É aquela caixa preta do behaviorismo: só estímulos e respostas. Estímulos e respostas. Estímulos vorazes, ávidos de alguém, e respostas medíocres, cegas, ou pior, que não querem nem ver ou não tão nem vendo.

E tudo me parece tão inútil, meu deus. Será que não dava pra pular essa parte não ? Não: isso seria especial.

Centésimo Qüinquagésimo Sexto - Arriégua !

- Tem o Caio Cid, o Caio Porfírio Carneiro, o Caio Negreiros, o Caio Fernando Abreu...
- É ! É sim !
- E tem um agora que chama Caio...Marinho ? Acho que é assim... Esqueci o resto.
- OUTRO ?!
- Ééé...
- Ave maria. Deus me livre. Tá bom.


Não me perdoem: eu já aconteci.

Centésimo Qüinquagésimo Quinto - Você mia ?

Se não, comece. É bom.

Eu peço a você que me lê que arranje um tempim para comentar. Me desculpe. Não queria ficar implorando por comentários. Mas rendo-me a imposição da própria natureza do universo bloguista. Comente, e, no comentário, coloque o endereço do seu blog. Eu, como bom viciado, irei no seu, le-lo-ei, não linka-lo-ei, provavelmente não comentarei, mas, considere-se lido, que é o que mais importa lá debaixo da terra.

Obrigado.

Meu primeiro dia de aula foi sacal. Descobri que tenho cinco cadeiras e três professores. E o pior é que as cadeiras com o mesmo professor são todas no mesmo dia. Raios, mas não seria de outro jeito. Tomara que essa tal de Sarah num-sei-oquê ensine fucking bem.

Eu sinto que a partir de agora - e até as próximas férias - meus posts vão ser bem "como foi o meu dia." Céus. Deus nos livre.

Acho que vou fazer dessa: posto o post em prosa, e no final meto o poema. Meu ou de quem eu quiser colocar. Conhecido ou não. Ilustre ou não.

Aliás, procuro, sim, soluções

Eu trabalho com problemas.
Não tenho soluções.
Não procuro soluções.
Minhas palavras não falam do que eu sei:
falam do desconhecido, mistério.

Minhas palavras são areia movediça
e vou me afogando
de pouquim em pouquim.

CMR

Beijos.

25.9.05

Centésimo Qüinquagésimo Quarto - Baby, baby, baby.

Preocupado.

Não por mim.

Centésimo Qüinquagésimo Terceiro - Aulas.

Amanhã começam as aulas, baby. Passei em todas as cadeiras, algumas pelo NEF - recuperação. Belesma. Minhas cadeiras deste segundo semestre na minha faculdadezinha das letras:

Morfossintaxe da língua portuguesa.
Fonologia da língua portuguesa - que, aliás, é a primeira de amanhã.
Sociolingüística.
Literatura comparada.
E literatura brasileira: conto.

Estudei nestas parcas semanas de férias ? Claro que não, ora minhas bolas. Amei muito. Amei muito, e só agora percebi o quanto me fez bem. Se bem que já antes estava percebendo o quanto é bom pertencer àlguém, o quanto é bom cuidar de alguém, cuidarem de você, dormir junto, abraçado. Graças aos céus que não fui inventar de estudar !

^^.

Gastar meu tempo estudando ? Nam. Procure, leitor, aquele poema do Pessoa, que ele explica como é bom ter um livro e não ler. Você vai entender o que eu estou dizendo, se não estiver sendo claro agora. O que eu acho difícil, a não ser que o caro leitor tenho algum sério problema de cognição.

Beijos.

Centésimo Qüinquagésimo Segundo - Do Orkut.

Um tal de Carlos Andrada entrou nos meus scraps e deixou o seguinte recado:

"Olá, sou novo no Orkut, quero ser seu amigo. Conheça meu blog onde eu tenho meu diário virtual: http://www.uniblog.com.br . Lá você também pode criar o seu e divulgar suas idéias e pensamentos. (65573)"

Daí, eu, ao ver o profile do dito cujo, percebi que o infame tem 177 scraps ! Ou até mais ! Só de gente perguntando "quem é tu ?", "se tu é novo no orkut, porque não escreve um profile ?" e "como tu tem tanto amigo ?"

Essas coisas.

Mas o que me intrigou foi ele mencionar que é blogueiro. Rapaz, quando ele me mostrou o endereço, prontamente abri uma nova aba do meu Mozilla Firefox 1.0.6 (foda-se IE !) e então:

"Crie seu blog em três passos rápidos e fáceis !" Em letras garrafais !

Juro como a tentação foi grande.

Criar outro blog. Sim, adoraria. Morreria de paixão. Atualizaria todo dia, como este, que manda 24 horas por dias, 7 dias e meio por semana mandar as pessoas se fuderem. Mas por quê ? Para quê ? Com qual motivo ? O que me levaria a escrever em outro canto o que eu escrevo aqui todo fucking santo dia ? Céus, seria muita esculhambação ! Mais um blog !

Eu quero um motivo. Já vinha namorando essa idéia de fazer outro diário virtual - que nunca é bem um diário - há algum tempo. Me falta somente o motivo. Unzinho. E o outro tomará forma.

Beijos bloguistas.

24.9.05

Centésimo Qüinquagésimo Primeiro - Não tenho nada para escrever.

Retirei o pré-molar direito, mas isso eu já disse.
Não retirei a angústia da minha alma, mas isso eu também já disse.
Já disse que sou feito de palavras ?

Retrato

Sem rosto: palavras.
Sou sonho encarnado,
herdeiro do Verbo.
Sou matéria orgânica desenhada por linhas tortas.
E meus olhos são pouco mais que
opacos monossílabos.

CMR

Beijos inchados.

23.9.05

Centésimo Quinquagésimo - Suplício.

Duas horas de agonia. De suplício. De dor. De frio. De tremedeira. De "rrrrrrrr". De sangue.

Acabei de cuspir uns dois litros de sangue. Céus. Pareceu que eu tinha uma úlcera estourada no fucking estômago. Agora me preparar psicologicamente para as duas próximas semanas de.

Dor não é suficiente para o que vem. Desespero se aplica melhor.

Beijos ?

Centésimo Quadragésimo Nono - Ai, ai.

Tô sem saco de postar aqui. Tá de manhã, tem sol na minha cabeceira e já, já irei sair para fucking tirar meu outro pré-molar.

Se a médica disser que eu vou perder mais duas semanas de aula - ou o primeiro dia, o que é pior - me recuso a fazer a operação. Desmarca e remarca para dezembro, quando eu vou tá de férias.

E é bom que também adia meu exame - argh ! - de direção.

Céus. Só de pensar, já me dá um mal-estar.

Nada de beijos. Vou vomitar metaforicamente ali.

Centésimo Quadragésimo Oitavo - Outro blog, outro blogueiro, outro texto.

Encontrei a escritora no mundão do orkut. Abaixo, o belíssimo e verdadeiro texto. Logo após, o site - que ela não atualiza desde 10 de julho. ^^".

Gente que vale a pena ser lida na internet: sim, existimos.

Beijos.

"As palavras curam...

- Nunca pensastes que as palavras curam?
- Não imaginava que fizessem tanto...
- Elas são as lágrimas da alma, são o desague dos sentimentos mais profundos que habitam em ti.
- Eu não consigo pô-las para fora... eu só sei chorar...
- O choro são as lágrimas da carne, como queres desabafar as da alma senão falas o que sentes, o que queres?
- Nunca as pessoas compreenderiam os meus lamentos, os meus sofreres...
- Experimenta escrever, botando para fora tudo isto que te atravessa como lança, o peito. E não precisa mostrar aos outros o que escrevestes. Para teu espírito se libertar, basta que escrevas tudo o que sentistes, sentes e queres sentir. Não importa quantas folhas saiam. E depois guarda se queres no futuro voltar a ler e comparar aquilo que sentias ou queima se queres simplesmente deixar que os sentimentos se vão.
- Bom...
- Os seres humanos conversam para se curar, não é a toa que os amigos são os tesouros de suas vidas. Eles se escutam, aconselham e secam as lágrimas uns dos outros dando esperança. É por isso que desabafam, e depois se sentem aliviados. Suas almas ficam livres daqueles espinhos que foram lançados ao vento."

Ana Carolina

Blog desatualizado: um anjo Me disse.
Flog aparentemente atualizado: expressão constante.

22.9.05

Centésimo Quadragésimo Sétimo - Da Poesia.

- Faço poesia.
- Poesia ?
- Sim, poesia.
- De que tamanho ?
- Poemescos curtos e grandes.
- Poemúnculos ?
- E poemísculos.

Centésimo Quadragésimo Sexto - Machado & Capitu.

"Olhos de ressaca ? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca."

Dom Casmurro

Relei-o para resgastar minha alma. Perdera-se em meio aos milhares de paradidáticos do colégio nos tempos áureos em que se lanchava com um real. Agora tento compensar a pequenez dela relendo os clássicos perdidos. É bom, faz bem.

Beijos machadianos.

21.9.05

Centésimo Quadragésimo Quinto - Da onde, meu deus ?

- Da onde, minha mãe, que namorar todo dia enjoa ? A senhora, com todo o respeito devido, obviamente, nunca sequer sentiu o bafo da halitose do amor. E olha que o cheiro é fodônico, viu, progenitora minha ?

Enfim, faço jus ao nome do blog.

Ide fuder-vos, homens de mal ! Assim vos proclamo, assim seja feito ! Não em nome do pai, não em nome dos bons costumes, não em nome da moral, não em nome de nossa senhora. Deus sabe que esse povo tá muito ocupado com os próprios problemas.

E sede coerente em tuas poesias, babies ! Pelo amor de deus !

Beijos suplicantes.

Centésimo Quadragésimo Quarto - Olha que legal.

Dedicated to all the lonely people.

Beijos.

Centésimo Quadragésimo Terceiro - All the lonely people.

A todas as pessoas solitárias.

Não quero ser uma Eleanor Rigby.
Não quero ser um padre McKenzie.
Não quero ser uma ilha.
Não quero ser todo mundo.

Eu tenho medos. Tenho medo de ter medo.
Tenho medo de ter medo ser tudo que tenho.
Tenho medo de ser enterrado sozinho com meu nome.
Tenho medo de perder o meu passarinho de bronze.

Não ! Tudo menos meu passarinho de bronze !
Ele que me segura,
E sabe disso.
Mas, se todo eu
caísse nas costas dele,
a responsabilidade explodiria pelos tetos.
E meu passarinho também.
E, apesar de ser meu passarinho de bronze,
também ele tem problemas.
E eu luto e luto e luto
para tentar também ser
um passarinho de bronze para o meu.

Mas tudo que faço é chorar baixinho,
escondido,
segurando todos os gritos,
desesperado por não poder gritar,
atento se não vem ninguém,
silencioso,
nos afagos noturnos
do meu travesseiro:

"Cadê...o meu bebê ? Eu quero...o meu bebê..."

Centésimo Quadragésimo Segundo - This is your life.

1.Não consigo dormir no meu quarto. Nem com o ventilador. Deve ser porque me enrolo com a colcha da cama, e não com o lençol mesmo. Tentarei novamente.

2.Nada fucking melhor para acordar do que tacar o fucking AC / DC no Windows Media Player.

3.Tive sonhos com amigos. E com outras coisas que agora não me lembro.

4.Ah, e minha operação foi mudada para sexta-feira. Ou seja, vou ter que arranjar algum fator de cura para conseguir ir para a aula segunda.

5.Ah, também sonhei que não conseguia me matricular direito e não podia ir ver as aulas da faculdade. Deus me livre e guarde.

Por que ?

Porque, além de não ter o costume de escrever de manhã, aqui e ali eu fico sem assunto literário, e, sendo um isto aqui um blog, eu tenho a desculpa de falar de mim, da minha vida, e dos parcos acontecimentos que a permeiam, baby.

Um beijo. Só um.

20.9.05

Centésimo Quadragésimo Primeiro - Difícil escolher a preferida, mas poderia ser essa.

Deus sabe que não tenho o costume de postar letras de músicas. Acho que a última foi a do Megadeth. "Peace Sells."

Mas essa agora, além de ser uma das mais prazerosas de ouvir, é dos Beatles. Nada mais justificável.

"Eleanor Rigby

Oh, look at all the lonely people.

Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream.
Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for ?

All the lonely people
Where do they all come from ?
All the lonely people
Where do all they belong ?

Father McKenzie writing the words of a sermon that no one will hear
No one cames near.
Look at him working. Darning his socks in the night when there's nobody there.
What does he care ?

All the lonely people
Where do they all come from ?
All the lonely people
Where do they all belong ?

Ah, look at all the lonely people

Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name.
Nobody came.
Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave.
No one was saved.

All the lonely people
Where do they all come from ?
All the lonely people
Where do they all belong ?"

John Lennon / Paul McCartney

19.9.05

Centésimo Quadragésimo - Ying, Yang, Tao. Essas Coisas.

Diz que ele chegou pra ela:

- Acreditas em deus ?
- Não.
- Na amizade ?
- Não.
- Na vida ? Na morte ?
- Não. Não.
- Tu me amas ?
- Não.
- Por que não ?
- Porque não é porque sim.

Beijos enigmáticos e brincalhões.

Centésimo Trigésimo Nono - Da Inevitabilidade.

Ganho um amigo ? Tá lascado então. Amigo telefona do nada - depois de séculos sem uma sílaba - para perguntar besteira, falar porcaria, não deixa recado, não passa informação, não chama para almoçar, não convida para beber.

Enfim.

Graças aos deuses que existem essas pessoas. Graças mesmo.

Beijos, meus amigos. Todos vocês.

18.9.05

Centésimo Trigésimo Oitavo - O Homem, Hoje.

Nóis só prova que possui colhões dentro do sexo, quando conseguimos fazer a nossa companheira gozar, falei ?

Isso quem disse - não com essas palavras - foi a palestrante do Café Filosófico.

Beijos televisivos.

17.9.05

Centésimo Trigésimo Sétimo - Cecilinha E Cruz E Souza.

Ah, que o negão estava fucking certo:

"Toda alma num cárcere anda presa!"

Cruz e Souza

Não que esses grilhões espirituais estejam se manifestando no meu corpo físico - não agora - mas toda alma está condenada a algo. Não sei o que é, e nem sei dizer - agora - qual tipo de pena estamos sofrendo- ou expiando - mas sei que estamos condenados, leitor.

E em verdade, vos digo: a brevidade é eterna. Tão grande e longa quanto nossa condenação.Mas não tanto quanto nossas faces que perdemos nesses espelhos por aí.

Beijos fugazes e cecilianos.

Centésimo Trigésimo Sexto - Que Não Me Desculpem.

Mas o Heavy Metal é, truly, a música com os fãs mais ardorosos e fiéis. Todos temos suas pedras no caminho. Pode-se evitar, mas nem mesmo o Metal conseguiu removê-las.

Oh, well. Back to bloging.

Centésimo Trigésimo Quinto - Balanço Da Minha Vida.

Tenho que melhorar.
Tenho que estabelecer metas imediatas.
Tenho que amar mais.
Tenho que me masturbar menos.
Tenho que escrever melhor.
Tenho que aumentar minha auto-estima.
Tenho que utilizar o aparelho fonador que deus me deu.
Tenho que ler a Bíblia.
Tenho que ler o resto da Trilogia da Maldição, do José Alcides Pinto.
Tenho que terminar de ler o Harry Potter and the Half-blood Prince.
Tenho que postar todo dia no meu blog. Posts de qualidade, acima de tudo.
Tenho que deixar de fazer promessas sem fucking sentido.

Beijos. Para mim, que sempre estou a precisar de beijos.

16.9.05

Centésimo Trigésimo Quarto - Mas Vai Demorar.

Escrevo porque sou um ignóbil em vias de morte e é só isso que sei fazer.

Centésimo Trigésimo Terceiro - Terminei De Ler "O Dragão", Do José Alcides Pinto.

Eu não aguento mais, meu deus.
Tá bom, já chega.
Não quero mais as minhas mãos,
nem meus dedos,
nem meu sangue ou
minha alma.

A minha alma, meu deus,
pequenina,
esquecida pela história - não vou nem falar da com H maiúsculo.
Não vale a pena.
Não quando a alma é pequena.
Não quando a angústia é tudo que tenho.
Não.
Não quando aquilo que quero já é meu.
Não quando meus sonhos são atingíveis.
Não quando procuro respostas.

A vida vive de dúvidas,
a alma se alimenta de motivos,
não de porquês,
não de limites.

A minha alma, meu deus,
deixa ela ficar comigo,
deixa ela dormir junto de mim
dentro do caixão
para eu ter um companhia eterna
nesse mundo que vai vir
que não sei como é
e tenho medo de saber - e de quem sabe.

Tudo que tenho nesta vida
são minhas faces - palavras ? -
e a minha ínfima dor
que pouco material
silábico me empresta.

Me resigno, porém,
pois adaptação é meu terceiro nome.
O segundo é marinho.
E, como mar, venho e vou,
fico roçando o seio da praia
num quase ser-e-não-ser.

E, não obstante tudo, quase esqueço:
Nada me salva tanto, meu senhor,
como um abraço e um cheiro
daquele - que é nosso, antes de mais nada -
amor.

15.9.05

Centésimo Trigésimo Segundo - I Wonder.

Eu imagino quem me lê.

Tu mesmo. Aí, do outro lado.

Beijos para você aí, que me lê.

Centésimo Trigésimo Primeiro - Dreams, baby.

Quanto vale o seu sonho ? Eu falo daquele maior, o grandão - "the big one" - aquele que nasceu com você e atravessou, latente, todas as etapas da sua existência. Quanto vale aquele ideal supremo, quase inatingível algumas vezes, que você sonha desde garotinha ?

Não pergunto para ficar sabendo. Lembra ? "Puxa, o que era mesmo que eu queria ser ?"

Pergunto porque papocou este questionamento na minha cabeça nesse instante, quando pensava em escrever outro post falando de como escrever. Me pareceu uma pergunta justa, e que todo leitor deve se perguntar sempre.

Observação: quem não lê, não tem pergunta, nem porquê, nem motivo.

Pergunto para que os sonhos retornem à sua vida, pelo menos o maior, o inesquecível. Aquele todo programado, cartesiano, divido em etapas. Ou simplesmente aquele que nasceu de uma epifania, totalmente claro, límpido como bumbum recém-lavado de nenêm, aquele que tem tudo para dar certo ou nasceu para deixar nunca de ser sonho.

Pergunto para que você se lembre daquela - aquela, lembra ? - imagem perdida do futuro, quando o presente é tudo que importa. Quando a gente batalhava para aprender a colocar os dois pés nos pedais sem cair, quando dar a curva andando de bicicleta era a maior pedra no nosso caminho, quando nunca havia lido uma poesia. Tempos em que não se precisava ler - nem de - poesia.

Eu pergunto qual o valor do seu sonho. Pergunto para saber se você iria para Auschwitz por ele, se lutaria no Araguaia, se atravessaria uma praia e sorveria o sal do oceano pelo seu sonho.

Pergunto para saber o quanto seu sonho é dono de você. O quanto ele lhe pertence.

Eu pergunto porque não posso evitar, nesse final de tarde, de pensar o quanto a minha vida teria sido mais fácil se o meu fardo escolhido não fosse um saco imenso - tão pequenino, não obstante - de palavras.

Beijos sonhadores.

14.9.05

Centésimo Trigésimo - Dinâmico, Efêmero.

Em tempo: lembrei-me do nome do outro livro do Caio. "Ovelha Negra."

Rapaz, quase que eu me desespero quando o Blogger mandou um aviso para mim, quando tentei entrar no meu painel e começar a postagem diária.

"Não há conteúdo no documento."

Isso umas trocentas vezes. E eu querendo escrever, tinha uma idéia tão legal, depois, quando eu me lembrar mostro para você, mas agora ela se perdeu nas profundezas mais áridas do meu inconsciente.

Por ora, é este pouquim aí em cima. Fugaz, deveras, mas mais tarde, mais.

Beijos rápidos.

Centésimo Vigésimo Nono - Para Mim.

Escrevo por puro e simples egoísmo. Para ver se consigo me livrar dessas minhas dores de cabeça e de dente, lá atrás, o siso. Fucking hell.

É como uma agulha bem fininha, atravessando a parte superior direita da minha cabeça, passando pelo meu crânio, pegando caminho pela minha gengiva operada, na parte anterior direita da minha boca e saindo pela mandíbula.

E não me esqueço das fucking pontadas. É o costureiro dando o ponto sem o nó, porque para doer assim, pelo amor de deus.

Mas para se livrar da dor, eu acredito, deve-se deixar de pensar nela, então, no espírito de relaxamento, boa-vontade e desespero pela minha saúde psicológica e bucal, eu mudo de assunto, drasticamente, neste post. Ainda bem que me lembrei de avisar ao leitor. Poderiam acontecer choques e até alguns colpasos nervosos, como os que eu venho tendo pelas madrugadas adentro nestas noites de meu deus. Mas isto seria valorizar-me deveras. Eu não sou Caio, sou mero caio. Assim mesmo, com erro ortográfico, nem mesmo nome próprio. Nome redondo esse caio, eita.

O Pedro Lyra é um poeta horrível. Céus. E um crítico pior ainda. Pelo que eu li dele, até agora. Deus me livre de escrever como esse homem, putz. Me desculpem os que gostaram do tal Desafio dele, mas, como o Carlos Augusto Viana - semideus - disse dele, certa vez, certa aula:

"Um livro de 340 páginas e nenhuma poesia. Como é que pode ?"

Pense o trabalho para encontrar o número de páginas desse fucking livro.

Pedro Lyra ? Sou mais meu xarazão, outro semideus, Caio Fernando Abreu. Se você, leitor, ainda não leu este que é um dos que nos salvam na e da noite, vá no Google e procure, porque eu não vou mais colocar o URL do site aqui não.

Falando no Caio - eu sou caio - adquirimos três livros dele: "Triângulo das Águas"; "Fragmentos" e o outro eu não me lembro o nome. Mas foi caro, pense. E - o que me deixou mais emputecido - são daquela coleção da L & PM Pocket. Ou seja, deveriam ser mais baratos ! Arriégua ! Dois livros desses saem por 27 mil contos de réis ? Absurdo.

Ele era astrólogo, além de escritor. Legal.

Vou-me, convalescente, como sempre, mas com cabeça e gengiva latejantes. Suplício que nunca finda. Vou-me embora, pro meu sono.

Beijos.

13.9.05

Centésimo Vigésimo Oitavo - Bé Isso ?

Quem é esse povo sem profile, sem blog, que fica comentando nos meus posts ? Arriégua.

A Gal Costa é linda. E ela também.

12.9.05

Centésimo Vigésimo Sétimo - Minhas Raízes Literárias II.

Primeiro eu ia fazer arqueologia. Isso com idade pequena, bem pequena. Depois, foi publicidade e propaganda, sabe-se lá por quê. Aí, veio música, e a música ficou por um bom tempo.

Daí, eu decidi - não me lembro o motivo, sinceramente - fazer as letras.

Meu deus. Pra quê, meu deus ?

Sim, eu tinha facilidade com gramática. Aliás, mentira. Tinha não. Só não me saía tão mal nas provas quanto meus amigos. Outros alunos da sala, que estudavam mais e sabiam mais, tiravam notas melhores.

Eu seguia pelo caminho da mediocridade. Nem bom, nem ruim. Médio. Sem me destacar pelas notas, com os escritos ainda ocultos sobre a asa do Corvo, com parca capacidade de raciocinar cientificamente. Andava pela sombra morna, sem medo do sol nem desejos difíceis.

Eu queria era brincar de pega-pega, esconde-esconde, joão-atrepa e outras brincadeiras hinfenizadas. E ler histórias em quadrinhos.

Pronto ! Olha só ! Acho que encontrei. Será possível que a gênese das minhas palavras se deram no leitura tão prazerosa das revistinhas da Turma da Mônica ? Nas HQs da DC e da Marvel ? Não lia revistas jornalísticas, nem jornal, lembro bem. Muito menos assistia algum jornal da televisão, ou novela, ou os filmes da sessão da tarde - nessa hora, eu brincava com meus primos.

Nunca fiz questão de testar meus conhecimentos sobre palavras, não gostava de estudar português ou treinava minha técnica de escrita, que nem deveria se chamar técnica, já que não havia escrita.

Minto novamente: gostava de estudar português. Bem pouquim, mas estava lá. O gozo pelo estudo, ainda em estado germinal, um girino de prazer pela leitura.

O que eu sei: a paixão tomou forma de paixão no último ano de escola, quando comprava livros e livros de gramática e literatura. Mas isso não responde ao que eu quero descobrir: o que tornou possível que essa paixão existisse, já que todo este blog e todos os meus poucos escritos são frutos dela.

Talvez continue.

Beijos.

Centésimo Vigésimo Sexto - Minhas Raízes Literárias I.

Leio. Sim.
Escrevo. Sim.

Não quero saber o porquê. Já me resignei. Não preciso de um motivo para escrever - como bem me ensinou o mestre Paulo Leminski.

Mas eu fiquei encucado sobre quando eu comecei a criar raízes nesse mundo de imagens e palavras. Quando diabos a literatura invadiu a minha vida, batendo o pé e dizendo "não saio, não saio, não saio" ? Eu quero saber.

Primeiro, aquilo que eu acredito: não se escreve bem sem ler.

A pessoa lê, lê muito. Bastante. Até ficar com a vista cansada, quase ofegante, precisando de um transplante de pulmões. Depois é que se escreve. Aliás, eu diria até que escrever é conseqüência de ler, nada mais. O mais importante é ler. E, como disse o Nelson Rodrigues, numa citação que eu peguei lá do Portal Releituras:

"Deve-se ler pouco e reler muito. Há uns poucos livros totais, três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos."

Muito bem. Tem que ler pra escrever.

Agora eu faço uma confissão: nunca gostei dos livros paradidáticos do colégio. Pior, nunca gostei de lê-los.

E num lia mesmo. Tirava nota baixa, mas num lia. Só li alguns, e somente um eu gostei.

As palavras chegaram tarde na minha vida. Tenho 18 anos e 11 meses. Elas devem ter chegado lá por 2000 e pouco.

Tarde. Tardíssimo. Céus.

Eu procuro na minha memória, e chego na minha quinta ou quarta série, quando houve um concurso de poesias na minha sala, e os finalistas foram eu, com o poema "Se..." - o título descaradamente roubado de outro poema de um livro que minha mãe me mostrara - e um amigo meu, com o poema "Tarzan".

A votação fora popular. Ganhou este que vos fala. Acredito que até "V'xxxxxxe" de surpresa meus escritos ganharam.

Mas, depois disso, nada mais. O corvo de Poe instalara-se nas minhas palavras, exceto por alguns parcos elogios fraternos sobre algo que se soltara das minhas amarras mentais.

Continua.

Em tempo e a quem deseje: o dito livro que se salva é "Tio Robinson", de Mark Twain. Ainda o tenho. ^_^.

Centésimo Vigésimo Quinto - Um Conselho.

Minha gente, não se iludam dizendo que já não há mais coração.

O coração dos aflitos pipoca dentro do peito.

Caaalma, corações. ^_^

Beijos bola, bola, bola de balão.

11.9.05

Centésimo Vigésimo Quarto - Fora De Casa.

Deus do céu, quase que não consigo entrar nesse caralho de asa.

Havia me esquecido - completamente - que a minha conta é no Blogger.com, o servidor americano. Eu ainda tenho a minha conta no Blogger brasileiro, mas daí ele virou pago e eu nunca mais fui lá, nem me lembrava dessa conta. Queria apagar os blogs de lá - palavras menores devem permanecer guardadas, escondidas, sem ser lidas - mas num sei como é. Outra hora.

Não posto, que fique registrado, da minha casa. Por isso a procura pelo maledito nome de usuário e pela senha. Escrevo da casa do meu amor, enquanto espero meu macarrão com molho bolonhesa, vestindo uma roupa de sair. Deveríamos ter ido ao fucking TJA, mas o horário o olhamos errado.

Oh well. Nada melhor do que o cheiro de molho, carne, creme para pentear e amor algumas horas antes de dormir.

Beijos àqueles que acreditam. E aos incrédulos também.

Centésimo Vigésimo Terceiro - Valeu !

Eu quero agradecer ao mundo
pelo Tylex,
pelo Sonridor,
pelo Tylenol - favorito de muitos,
pelo Nisulide,
e pelo meu barquinho que vaga, vaga e vaga
nesse marzão azul.

Beijos convalescentes.

9.9.05

Centésimo Vigésimo Segundo - Eu amo. E Você ?

Amor não é guerra não. Amor é amor. E isso é bom.

Beijos amorosos.

XXX

Centésimo Vigésimo Primeiro - Das Melhores Invenções Da Humanidade.

A escrita.
O livro.
O computador.
A internet.
Tylenol.

Fucking beijos, cão.

Centésimo Vigésimo - Aprende, porra !

O escritor não pode se preocupar com os outros. Não enquanto escreve. Escrever é solidão. É silêncio. Ninguém por perto. Por quilômetros. Escrever é a escritora e o papel.

Ela não pode se preocupar com os outros: é debilitante, para a escrita. Preocupação causa bloqueio de inspiração. Ansiedade, desespero, roer de unhas, puxar de cabelos, respiração rápida. Bater excessivo de lápis na mesa, tap-tap-tap-tap-tap, incontrolável e insuportável.

Não se pode pensar nas outras pessoas enquanto se escreve. Vai-se escrever para elas - porque o escritor não escreve para si, escreve para outros, por isso é escritor - então que pense na matéria das palavras, no conteúdo de seus escritos, na qualidade de suas letras, no posicionamento de suas vírgulas, de suas reticências, de seus parágrafos - essenciais !.

O poeta é outra história, que eu não vou contar. Que conte algum poeta aí.

Beijos, porra.

Centésimo Décimo Nono - Outro Pensamento.

Eu tenho que parar de escrever.

Centésimo Décimo Oitavo - Aliás.

Nem isso, na verdade. Seria muita pretensão minha querer fazer parte de alguma poesia.

Sou uma palavra, solta. Reunião de letras, sons, com significado - não ter significado é especial. Fácil de traduzir, já traduzido, já decifrada, já escrita, já falada, já ouvida, já lida. Uma palavra assim, só ela, quase sozinha - solidão é especial. Sou nem isso, nem um verso do meio, não por exclusão social, não por glicosidade anal, não por pessimismo e não por modéstia. Não sou porque não sou. Só estou.

Centésimo Décimo Sétimo - Sou Um Verso Do Meio.

Eu não sei quanto a vocês, mas eu sou um verso do meio. Tenho eira, tenho beira, tenho dinheiro, não faço parte da fuzarca do começo e não me chamaram para o final. Entrei sem querer na humanidade, não pedi pra participar e sou muito covarde pra tentar escapar. Não que faça alguma diferença: tem vários versos do meio ali, pra dar e vender de montão.

Centésimo Décimo Sexto - Blogs.

FUCKING YEY, PORRA ! Finalmente, depois de longos três dias, minha bochecha começou a desinchar. Puta que pariu, viu ?

Tem muito blog bom por aí. Gente que escreve arregaçadamente bem.

Todos linkados neste aqui escrevem bem, menos o Ítalo.

E é só porque ele não quer. Quando ele quer, ele escreve bem. Mas leia ele assim mesmo.

Enquanto isso, eu vou tomar a minha sopinha de carne com purê de batata.

Beijos.

8.9.05

Centésimo Décimo Quinto - Um Pensamento.

"O sonho maior da poesia é ser música."

CMR.

Usem e abusem.

Beijos.

Centésimo Décimo Quarto - Branco Na Memória.

Odeio que me digam o óbvio.

Menos - claro - se quem me disse for a poesia. Aí pode. Primeiro porque o óbvio da poesia é diferente do óbvio do resto mundo - óbvio. Segundo porque é poesia. E terceiro porque a poesia não diz o óbvio obviamente.

A poesia acorda na gente os sentimentos mais latentes. A gente lê poesia pra (se) emocionar, pra sentir, mas não pra jogar a nossa frustração lá - num tenho paciência de ler quando estou frustrado, sinceramente - jogar a frustração a gente joga em outra pessoa quando reclama, ou reprime, ou escreve e deixa no papel alguma parte do sentimento ruim.

Esse sentimento ruim, aliás - que fique sabendo quem não sabe - nunca vai embora de uma vez. Não são como os sentimentos bons, que basta a sensação bem-estar ir embora para eles chisparem junto. Com os maus, a gente pára de sentir dor física, mas a memória da dor física dói na mente, e fica doendo mentalmente.

Deve ter mais a se dizer, mas eu perdi o fio da meada.

Beijos esquecidos.

7.9.05

Centésimo Décimo Terceiro - Dor, De Novo.

"Posso prometer ser sincero, mas não imparcial".

Goethe

O marxismo foi dizer isso tanto tempo depois.

O conhecimento não se renova, nem a poesia. Quem muda é a gente.

E não, não somos metamorfoses ambulantes. Somos pessoas com dogmas que não trocamos por nada nesse mundo. Que nem Jesus.

Besos doloridos.

6.9.05

Centésimo Décimo Segundo - DOR !

Tenho certeza de que o inferno,
no seu mais profundo círculo,
é um eterno e doloroso
retirar de pré-molares.

Centésimo Décimo Primeiro - Estou Preocupado.

Yo soy un marrano.





Sin besos ahora.
Después, quizás, regresen.

5.9.05

Centésimo Décimo - De Nós E Das Mulheres.

Mó paia esse negócio de ser homem, ó. Mó paia mesmo. Prefiro ser mulher. Mas não faço a fucking operação nem a pau. É só desabafo de covarde insatifeito mesmo.

Homem é anjo torto,
mulher é anjo esbelto.

Homem tem acessórios corporais horríveis e pouco práticos, quase apêndices,
mulher tem tudo nos conformes.

Homem é ruim,
mulher é boa.

E sem falar que a alma de poetisa é melhor que a do poeta. Zefiní.

Beijos mulherescos - pela/para a Mulher e a mulher.

Centésimo Nono - Descobri A Adélia Prado. Ando Lendo Demais.

A Adélia Prado teve que morrer o pai dela pra ela encontrar a fala dela. Dela mesma, de mais ninguém.

"Até que um dia, propriamente após a morte do meu pai, começo a escrever torrencialmente e percebo uma fala minha, diversa da dos autores que amava. É isto, é a minha fala."

Tomara que ninguém tenha que perder a fucking vida pra eu encontrar a minha. Deus nos livre e guarde. Amém.

Beijos cheios de vida.

4.9.05

Centésimo Oitavo - Protege-te.

"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo."

Livro Dos Salmos.

Desculpem a minha ignorãnça. Não sei quem escreveu.

Centésimo Sétimo - Manchetes E Outras Coisas.

Na VEJA:

O "MENSALINHO" DE SEVERINO

"O deputado cobrava propina de 10.000 reais por mês do restaurante da Câmara dos Deputados."

Restaurante ? Ceús.

E isso é um blog: tenho que falar de mim.

Eu sei que a norma padrão do português diz que tem que ser "ter de", embora escreva mais "ter que".
Eu estou com dor de cabeça. Ainda. Tomara que passe.
Férias continuam. E UFC entrará de greve.

E eu continuo amando o meu amor.

Besos.

Centésimo Sexto - Dos Mestres.

Eu leio
os mestres.
Todo mundo deve ler
os mestres.
Não se palavra bem sem
os mestres.
Quem com palavra fere, leu
os mestres.

Porque o Verbo só se torna carne através da poesia.

3.9.05

Centésimo Quinto - She's Such A Dirty Bitch.

Todo mundo deve - é dever cívico - assistir o "South Park: Longer, Bigger and Uncut." Fantástico. Melhor musical - é musical ? - do século 20. Pau a pau com o Team America. Fodido, fi. Vá lá, alugue, divirta-se a ria depois que entender a piada do título.

.^.^.

2.9.05

Centésimo Quarto - É Muito Poesia, Fi.

Estou lendo muito poesia.
Tenho que parar um pouquim.
Estou me ouvindo nas palavras dos outros.
E as minhas eu nem encontro mais.
Vou começar a falar por citações.
E as minhas, cadê ?

"Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixei beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter porquê ?"

Paulo Leminski.

Centésimo Terceiro - Fortuna Crítica.

Não gosto de ser babado, mas não tem como evitar a inflação do ego com elogios vindos de quem a gente gosta.

Coloco só uma parte do depoimento da Mandinha, porque tô com preguiça de colocar todo - não, se copiar e colar estrambelha o post todim - e o resto ficaria ininteligível e eu teria que explicar a história toda.

Céus, eu realmente não dô pra escritor. Preguiçoso e otimista. Vou ficar no meu magistério e no amor que é o melhor que eu faço.

"Aprecio a tua capacidade de Amar e, assim, ser Amado."

Amanda Maron

Beijos.

1.9.05

Centésimo Segundo - Not Now.

Agora não é hora de escrever.

Centésimo Primeiro - De Mim E Daqueles Que Valem A Pena.

Faltou eu colocar o "Sexagésimo Segundo" nesse blog. E ele ficará para todo o sempre perdido.

Lendo meu blog de rabo a cabo, notei que evolui bem pouco. Muito menos do que achava que tinha melhorado. E fiquei triste. Mas me resignei. De volta à prancheta.

Postei umas três, ou duas, ou quatro poesias durante estes agora quatro meses de blogagem e me sinto bem com todas elas. Estão gravadas no meu HD, junto com as outras poucas que não estão aqui. Talvez ainda. Talvez nunca saiam do meu baú. Talvez profanem meus escritos e publiquem-nos em outro lugar que não aqui. Não que eu me incomode: o problema é se forem lidos. É perda de tempo. Tem palavras melhores por aí.

Recomendo - como sempre, os mesmos escritores de sempre - A Cecilinha, o Artur Eduardo Benevides, o Fernando Pessoa, o Rubem Alves, o Drummond, o Fábio Rocha, a Suyá Lóssio, a Carla Mirella, a Tatiana - desculpe, Tati, não sei teu sobrenome - A Ju, o Manoel Bandeira, o Soares Feitosa e o Caio Fernando Abreu. E o Octavio Paz ! Em espanhol mesmo ! Ah, e todas as mulheres linkadas neste blog. Todas elas merecem ter suas palavras lidas por você. Vai lá ! Chispa !

E prometo tentar parar de reclamar que não mereço ser lido. Você que está aqui ao menos tem que ter uma experiência legal, já que estou tomando teu fucking tempo.

^^.

Beijos.

Centésimo - Eu Quero Escrever !

Essas faltas do que falar, talvez esquecimento, são foda, ó. Vem tudo de uma vez e obriga a gente a falar sobre nada. E vai enrolando, e enrolando, e enrolando. Arriégua. Fico indignado.

E eu ainda tinha uma idéia mó legal pra fugir dessa crise - que nem é crise mesmo. E já me esqueci. Maldita memória.

Rapaz, o que era mesmo ?

Ah, sim ! Era algo assim.

Eu quero escrever, mas não agora. Quer dizer, eu quero escrever. Agora. Mas não dá pra escrever agora. Tenho que ler mais. E escrever mais. Pra só então escrever do jeito que eu quero. A minha escrita não é essa. Quer dizer, é. Mas não é. Ainda não é como ela vai ser, e ela vai ser de outro jeito - se deus quiser. Eu quero escrever como o Drummond, como o Rubem Alves, como a Cecilinha - principalmente como ela ! Deixa deus ! Obséquio ! - e como o Pessoa - esse eu num vou nem pedir: é abusar da paciência do todo-poderoso.

Ah, céus. A gente escreve e poeta, mas de que vale ? O Caio Fernando Abreu tinha essas crises poético-existenciais ? "Pra quê escrever se a escrita não muda nada ? Pra quê, se minhas palavras não vão mudar nada no Zaire ?"

Era algo assim. Daí o terapista dele - porque ele fazia terapia - alertava ele que "Não ! Não pare de escrever ! Quando os cientistas de 2010 forem fazer uma pesquisa sobre como as pessoas pensavam em tempos passados, eles não vão olhar pros outros cientistas: vão olhar pros escritores, ficcionistas, pros poetas. Vocês são os biógrafos a emoção."

Novamente, não foi exatamente o que ele disse, mas foi bem parecido. Na page do Caio Fernando tem bem explicadim. Ó o link:

http://caio.itgo.com/

Pronto. Disto isto tudo aí em cima, só me resta envelhecer e esperar a boa escrita chegar. Forçar num funciona. E eu só pego no tranco.

Beijos.