14.8.08

4 dias depois.

4 dias depois deste post aqui embaixo, o Bandeira Ao Vento fechou. E eu só fui descobrir agora.

Juro que me deu um nó na garganta e eu tive que levar à boca a mão: olhos arregalados e tudo.

Dizer que era um bom blog seria idiotice: era um excelente blog: de longe o melhor que conhecia, e ao qual sempre retornava, mesmo quando esta blogosfera me dava nos nervos e minhas palavras viajavam para longe. Leiam-no, leiam-no, leiam-no.

Não custa nada repetir: Bandeira Ao Vento, leiam, que emagrece.

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Sob os auspícios da finalidade, também digo que este blog já deu o gás que tinha que dar: três anos mais ou menos - três-mais-ou-menos anos - de contos minúsculos com número definido de palavras, pensamentos enumerados, enumerações éticas, one-liners, dezenas de citações e um vídeo do Yu-yu-yu-Tubí. Nada mal para quem não queria ficar "blogando" no meio do mundo, hein, Su?

Há-de se prestar atenção ao pronome: disse que este blog não dá mais pé: outro blog venho formulando em minha cabeça. Tem até nome já.

No mais, deixo um aviso no header sobre a duração do que passou-se aqui, um link para as próximas palavras e um abraço. Lembre-se: o problema está sempre entre a tela e cadeira.

Caio.

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Edit: Eu sempre quis saber como era escrever debaixo de um pseudônimo, então, aqueles versos do "Fernando Augusto" ali mais embaixo são meus. Enganei alguém?

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Edit: Novo blog. Ist gut fur dich!

20.5.08

a infância rastreava-o como o lobo à lebre...

O que há em mim
não se qualifica.
Não se contradiz ou esmorece.
O que há em mim é uma memória
implacável
de um tempo que não se esquece.

21.4.08

alguns continhos de fillers

Todos os animais que dormitavam em seu quarto amanheciam mortos. // Marcou o derradeiro adeus a seu pai com uma flor. // Já fui um livro de poesias. Hoje, acredito-me um verso. // Um clarão rápido foi tudo que bastou para perderem-se completamente. // Tuas memórias esmoecerão, mas o cheiro de pólvora restará ainda. // A corte dourada aplaudia... Enquanto, do outro lado, lágrimas derramavam-se.

1.4.08

versos

Um soneto eu quis fazer
Para a minha adorada.
Mas, aí, eu me lembrei
Que adorada eu não tinha.
Procurei, mas não achei:
Soçobrou-me esta rima.

Fernando Augusto, poeta cearense.

31.3.08

the wisdom of a fool won't set you free



Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that i can't say

19.3.08

the duality of blog

O blog é um depositário de ficções, onde minha palavra rabisca selvagem o fundo branco, sedento de vogais e consoantes. Sílaba ante sílaba, ofereço verbos e vírgulas. A sede, sem fim, transmuta-me em instrumento do blog, como uma mão enluvada que pega ao lápis negro e escreve na folha almaça. Gasta a ponta, afia-a para escrever novamente. Depois, guarda-me no estojo velho. Ali, enxergo canetas, borrachas e um estilete. Todos amontoados. Somos engolidos, lápis, canetas e o estilete: o zíper tranca-nos em escuridão, onde repousamos silenciosos até o próximo chamado.

... Assim seria não fosse o blog um depositário de ficções, e minha palavra, escrita, não com lápis e borrachas, mas por dedos contra um teclado.

2.3.08