14.1.07

A Legião Estrangeira

A Legião é envolta por uma aura quase mítica graças a eventos ocorridos no México, mais precisamente em 30 de Abril de 1863.

Uma pequena patrulha comandada pelo Capitão Danjou, formada por 62 soldados e 3 oficiais, foi atacada por 3 batalhões mexicanos, compostos por infantaria e cavalaria, forçando-os a se defender na Hacienda Camerone. Apesar de estarem em completa desvantagem, lutaram até o fim. Danjou foi mortalmente ferido durante a batalha, e seus últimos homens executaram um último ataque com suas baionetas.

Restando apenas três legionários, os soldados mexicanos ofereceram a eles uma oportunidade de rendição, que eles só aceitariam se pudessem voltar para sua base com sua bandeira e o corpo de Danjou.

Ao ver sua bravura, o comandante mexicano comentou: "Eles não são homens: são demônios". E concordou com as condições dos franceses.

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Ele morava nos túmulos e ninguém podia prendê-lo, nem sequer com uma corrente. Pois fora muitas vezes preso com peias e correntes, mas rompera as correntes e arrebentara as peias; ninguém tinha força para subjugá-lo. Noite e dia, ele andava incessantemente pelos túmulos e montanhas, soltando gritos e dilacerando-se com pedras. Ao ver Jesus ao longe, ele correu e prostrou-se diante dele. Com voz forte, ele clama: "Que tens a ver comigo, Jesus, Filho do Altíssimo? Conjuro-te por Deus, não me atormentes". Pois Jesus lhe dizia: "Sai deste homem, espírito impuro!" Ele o interrogava: "Qual é o teu nome?" Ele lhe respondeu: "Meu nome é Legião, pois somos numerosos". E ele lhe suplicava com insistência que não o expulsasse da região.

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Se me perguntassem sobre Ofélia e seus pais, teria respondido com o decoro da honestidade: mal os conheci. Diante do mesmo júri ao qual responderia: mal me conheço - e para cada cara de jurado diria com o mesmo límpido olhar de quem se hipnotiza para a obediência: mal vos conheço.

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