18.1.07

Vira o rosto: não me deixas lembrar que são meus, aqueles olhos; perscrutam e dissecam: viajo para a beira, defronte da fenda; aquele vento que começa em lugar nenhum ensurdece meus ouvidos... sopra; saio do chão, e sob meus pés, dança a areia: braços abertos. Ninguém na linha do horizonte, nenhum sinal de resgate; o vento vem dos lados, abraça e enleva: oferece-se como um mar: nadamos. Não há uma gota d'água em quilômetros. Nenhum sinal de resgaste: vira o rosto mais outra vez: enfia o nariz no travesseiro, não me deixas. Lembrar.

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