10.1.07

Na verdade, todos os versos são uma desculpa pra chegar no último, que não é meu.

A mulher subiu a saia vermelha,
pegou a bolsa vermelha;
a calcinha vermelha;
as luvas vermelhas
e o batom vermelho.

Não me disse até mais,
nem obrigado,
nem volte sempre,
nem vai te fuder, seu pervertido suburbano:

ficou perdida pelas esquinas luminosas,
pelos carros importados.
Ou usados.

Fiquei no chão,
com o braço direito dormente,
a coxa direita com câibra;
fedendo a sexo,
olhando o quarto minguante pela janela semicerrada:

perdido entre o orgasmo e o sono;
entre meus reais ausentes
e o pagamento do motel;
enfim:
entreanoitequevaieodiaquevem.

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