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21.4.08

alguns continhos de fillers

Todos os animais que dormitavam em seu quarto amanheciam mortos. // Marcou o derradeiro adeus a seu pai com uma flor. // Já fui um livro de poesias. Hoje, acredito-me um verso. // Um clarão rápido foi tudo que bastou para perderem-se completamente. // Tuas memórias esmoecerão, mas o cheiro de pólvora restará ainda. // A corte dourada aplaudia... Enquanto, do outro lado, lágrimas derramavam-se.

2.3.08

26.9.07

go, true believer!

Porque quando dá-se o fim do semestre, início das férias, o que se há-de fazer a não ser contar-se uma estorieta em três paragrafinhos mafagafados?

O blog diário que é atualizado, sim, de bimestre em bimestre. mas ei-las!

6.9.07

literatura que arde

Revista malagueta.

Procurem por mim nos minicontos. Obrigado.

19.7.07

mais atualizações

O blogueiro encontrou-se num estado de zen-meditation e resolveu escrever-se um conto de três parágrafos. Única e exclusivamente para não perder o hábito de ouvir o tec-tec do teclado.

20.6.07

dez contos de dez palavras

O controle remoto, desleixado na cozinha, e a televisão chiando. // Um nome só afastaria o silêncio da beleza dela, cara. // Socou-o com toda a força para expelir o pedaço de frango. // Silvana soprou cinco besteiras no ar e ouviu um silvo sincero. // Fecharam a janela para impedir que seu último suspiro escapulisse. // Meu amor antigo jaz morto junto com meus óculos escuros. // Aquilo que não te matar, Bernardo, vai te fuder. // Bernardo quase que escapou do acidente que estava para fudê-lo. // Havia somente um lugar onde poderiam ter esquecido as passagens. // Para ser boa, nem toda estória precisa começar e terminar.

14.3.07

doze contos de dez palavras

Vende-se restos de batom - vermelho - paixão - já - esmorecida - pelo - tempo. Tratar com Ricardo. // Acendeu duas luzes: a da cozinha e a outra da faísca do disparo seco. O bife queimou. // Tirei os óculos, um momento, para enxugar as lágrimas e acabei entrando no ônibus errado novamente. // Meu coração era tão pequenino: conseguiu tomá-lo num golé só. // As luzes eram intermitentes, a respiração era intermitente: angústia constante. // Conheceram-se: casaram-se dois meses depois sem nunca terem se beijado. // Encheu o saco daquele lugar: foi-se pra França ser michê. // Sou o primeiro conto dessa página e vou acabar agora. // Acertou o alarme em oito horas: às nove, ia amar. // Carmem estremeceu: só ouviu o som do seu próprio orgasmo. // A peça havia chegado ao fim e Mauro não gozou. // Eu sou o último conto da página: a aula acabou.

Produto da aula hoje de Estilística: a professora falando de fono-meus-ovos-estilística e nós brincando dissaí.

5.3.07

minicontos, nanotales

Jules Horne, blogueira do The Guardian, falando sobre nanotales, escreveu:

These distinguished writers, often at the maverick outer edges of their art, weren't interested in offering up quick fixes for us to absorb between tube stops. They were drawn to its special challenges: the distilled essence of storytelling, the condensed emotion, the perception shift, the power of the unexpressed.

E também que estes microcontos fit beautifully into a blog. E ela está certa: os parágrafos quadradamente posicionados na tela, as linhas duplas formando retângulos: tudo geometricamente estetizado.

Contudo, claro que não tem somente coisa boa: Jules também fala da aflição que sente ao ouvir que os nanotales são perfeitos para estes nossos tempos globalizados, na qual tudo é em pílulas, em doses homeopáticas e o DDA corre solto. Em inglês.