15.9.05

Centésimo Trigésimo Primeiro - Dreams, baby.

Quanto vale o seu sonho ? Eu falo daquele maior, o grandão - "the big one" - aquele que nasceu com você e atravessou, latente, todas as etapas da sua existência. Quanto vale aquele ideal supremo, quase inatingível algumas vezes, que você sonha desde garotinha ?

Não pergunto para ficar sabendo. Lembra ? "Puxa, o que era mesmo que eu queria ser ?"

Pergunto porque papocou este questionamento na minha cabeça nesse instante, quando pensava em escrever outro post falando de como escrever. Me pareceu uma pergunta justa, e que todo leitor deve se perguntar sempre.

Observação: quem não lê, não tem pergunta, nem porquê, nem motivo.

Pergunto para que os sonhos retornem à sua vida, pelo menos o maior, o inesquecível. Aquele todo programado, cartesiano, divido em etapas. Ou simplesmente aquele que nasceu de uma epifania, totalmente claro, límpido como bumbum recém-lavado de nenêm, aquele que tem tudo para dar certo ou nasceu para deixar nunca de ser sonho.

Pergunto para que você se lembre daquela - aquela, lembra ? - imagem perdida do futuro, quando o presente é tudo que importa. Quando a gente batalhava para aprender a colocar os dois pés nos pedais sem cair, quando dar a curva andando de bicicleta era a maior pedra no nosso caminho, quando nunca havia lido uma poesia. Tempos em que não se precisava ler - nem de - poesia.

Eu pergunto qual o valor do seu sonho. Pergunto para saber se você iria para Auschwitz por ele, se lutaria no Araguaia, se atravessaria uma praia e sorveria o sal do oceano pelo seu sonho.

Pergunto para saber o quanto seu sonho é dono de você. O quanto ele lhe pertence.

Eu pergunto porque não posso evitar, nesse final de tarde, de pensar o quanto a minha vida teria sido mais fácil se o meu fardo escolhido não fosse um saco imenso - tão pequenino, não obstante - de palavras.

Beijos sonhadores.

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