12.9.05

Centésimo Vigésimo Sétimo - Minhas Raízes Literárias II.

Primeiro eu ia fazer arqueologia. Isso com idade pequena, bem pequena. Depois, foi publicidade e propaganda, sabe-se lá por quê. Aí, veio música, e a música ficou por um bom tempo.

Daí, eu decidi - não me lembro o motivo, sinceramente - fazer as letras.

Meu deus. Pra quê, meu deus ?

Sim, eu tinha facilidade com gramática. Aliás, mentira. Tinha não. Só não me saía tão mal nas provas quanto meus amigos. Outros alunos da sala, que estudavam mais e sabiam mais, tiravam notas melhores.

Eu seguia pelo caminho da mediocridade. Nem bom, nem ruim. Médio. Sem me destacar pelas notas, com os escritos ainda ocultos sobre a asa do Corvo, com parca capacidade de raciocinar cientificamente. Andava pela sombra morna, sem medo do sol nem desejos difíceis.

Eu queria era brincar de pega-pega, esconde-esconde, joão-atrepa e outras brincadeiras hinfenizadas. E ler histórias em quadrinhos.

Pronto ! Olha só ! Acho que encontrei. Será possível que a gênese das minhas palavras se deram no leitura tão prazerosa das revistinhas da Turma da Mônica ? Nas HQs da DC e da Marvel ? Não lia revistas jornalísticas, nem jornal, lembro bem. Muito menos assistia algum jornal da televisão, ou novela, ou os filmes da sessão da tarde - nessa hora, eu brincava com meus primos.

Nunca fiz questão de testar meus conhecimentos sobre palavras, não gostava de estudar português ou treinava minha técnica de escrita, que nem deveria se chamar técnica, já que não havia escrita.

Minto novamente: gostava de estudar português. Bem pouquim, mas estava lá. O gozo pelo estudo, ainda em estado germinal, um girino de prazer pela leitura.

O que eu sei: a paixão tomou forma de paixão no último ano de escola, quando comprava livros e livros de gramática e literatura. Mas isso não responde ao que eu quero descobrir: o que tornou possível que essa paixão existisse, já que todo este blog e todos os meus poucos escritos são frutos dela.

Talvez continue.

Beijos.

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