30.6.05
Vigésimo Quarto - Daquilo Que Não Pode Ser Omitido.
29.6.05
Vigésimo Terceiro - Das Coisas Que Tem De Ser Ditas.
Tem coisas que, sem poesia, não vale a pena dizer.
Tem coisas que valem a pena dizer, mas sem poesia.
Tem coisas que valem pela poesia, mas não valem a pena dizer.
Tem coisas que valem a pena dizer, mas não são poesia.
Tem coisas que a poesia consegue dizer, e a gente também.
Tem coisas que só a poesia não consegue dizer.
27.6.05
Vigésimo Segundo.
Vigésimo Primeiro - Das Feridas.
Vigésimo - Da Liberdade.
Décimo Nono.
26.6.05
Décimo Oitavo.
24.6.05
Décimo Sétimo.
Décimo Sexto.
Convergência ou Ínfimo momento
Desço do ônibus. Despeço-me de um amigo. Atravesso o cruzamento. Inicio a caminhada até minha casa. Este trajeto simples traço todos os dias de segunda à sexta. Hoje, porém, ocorreu algo diferente.
Começo a caminhar. O barulho dos meus sapatos mistura-se ao barulho dos carros. Paro alguns instantes para me certificar se são realmente meus sapatos os culpados pelo ruído. Esta parada foi meu portal, minha entrada para um outro mundo. Observo. O barulho cessa e inicio minha peregrinação. O silêncio dos carros, das árvores, dos pássaros, do lago assusta-me, assim como sua figura. Irrisória, a princípio, aquela imagem de pernas torneadas, quadris convexos, bem feitos, cintura fina e cabelos curtos nada significa para mim. Ando e olho-a. Acompanha meus passos. Quero acelerar, mas não posso: estou preso nesse momento. Aquela pessoa cabisbaixa, garota de pernas torneadas e andar requebrado me fascina. Não consigo retirar meus olhos de seu andar. Estou preso, submisso.
Suas roupas, trapos: uma calça mínima – assemelha-se à uma roupa íntima – e um top, preto e branco, listrado.
Noto sua vestimenta, mas ainda não vi seu rosto. Analiso-lhe de alto a baixo. Seus pormenores estavam em meu cérebro, mas quero presenciar seu rosto.
Desespero-me: o caminho inicia a se findar. Fugiria daquele mundo sem saber quem fora a triste anfitriã que me recebera. Tanto tempo se passara, tantos passos e nenhum olhar. Somente aquele andar requebrado e as roupas que quase vestia. O tempo conspira com aquela figura: nenhum dos dois quer minha saída desse momento. O tempo quer-me preso; ela quer-me sedento.
Olho para outro lado e vejo crianças correndo, um senhor recebendo uma encomenda e noto que escapei. Estou livre, mas sinto-me acorrentado. A agonia continua; a curiosidade também. Não quero chegar em casa. Não quero sair daquele local, daquele momento. Quero manter-me ali até o final da eternidade, quando o próprio tempo virá me receber, arrancando-me aquele penúltimo suspiro – o último prometerei àquela que perscruto. Não sou merecedor deste momento. Nem de mim mesmo. Sou vulgar, ela é plácida; sou sedento, ela, satisfeita; sou humano, ela, transcendente. Sou singular. Ela é plural.
Paro em frente minha casa e toco a campainha. Alguém me diz para esperar um pouco. Volvo meu olhar a ela, que agora me deixará como me encontrou: plácida, de andar requebrado e cabeça baixa. Tudo está perdido. Viverei para sempre com esta terrível dúvida. Esta agonia me consumirá e não restará nada além de uma pergunta e uma esperança. O olhar seria minha redenção... Mas ela não olha ! Não me responde ! Não consigo falar. Sinto a vida esvair-me a cada suspiro. Os meus lábios ressecados não formam sílabas, apenas indagações caladas. Fecho os olhos. Uma lágrima escapa de meu olho.
Limpo os óculos. A visão embaçada mostra-me seu vulto. Retorno a visão clara e percebo que me olha. Um olhar pequeno, de sobrancelhas arqueadas. Noto tristeza. Ela percebe-me. Não sofreu minhas agonias. Não sofri as dela. Mas ambos sabíamos que, naquele momento, nossa viagem havia se findado. Os destinos, ligados por um laço de efemeridade, foram lançados às mãos trêmulas e caprichosas da eternidade.
CMR.
23.6.05
Décimo Quinto.
"O amor vai fuder todo mundo.
Vai matar igual à guerra.
E nem é poesia
morrer de amor."
- Suyá Lóssio
É isso aí que acontece quando a gente dá uma brecha pra quem tem alma de poetisa - que é melhor que a do poeta.
Décimo Quarto.
Meu caro, pense num jogo massa Dragon Ball Advance Adventure ! Pra GBA. Tinha me esquecido como é bom jogar no emulador. Principalmente os jogos do Game Boy Advance que resgatarão o espírito simples, eficaz, jogável e platafórmico do SNES. Parabéns, Nintendo. Mandem o GameCube pro lixo e continuem lançando jogos pro GBA que é muito mais negócio.
Eu tinha uma página tão boa pra baixar roms de SNES, mas formatei o PC.
Pecado capital, eu sei.
Era uma página americana. Bem organizadinha: tinha que se registrar pra poder baixar os roms. Login e senha e uns pontos lá pra quem baixa mais - mas era a mó mentira, o contador deve ser o mesmo do orkut.
E eu não tenho mais coragem - agora - de ir atrás. Ah ! Mas meu primo tem, depois, quando o sol se levantar pra cuspir, eu pergunto pra ele.
Eu acho que toda criança com um certo poder aquisitivo já jogou videogame quando tinha lá seus 6 - ad infinitum anos. Eu me lembro de muitos dos meus amigos fazendo a seguinte promessa - que eu também fiz: "Acho que nunca vou deixar de jogar videogame, ó ! Num tem como não !"
A gente sabe o que acontece com promessa de moleque.
Tem vários momentos na vida que a gente tem de escolher se quer ser adulto ou moleque, se vai agir da forma socialmente aceita ou se vai se divertir e mandar todo mundo de volta para os ventres profanos das suas respectivas cortesãs progenitoras.
Eu escolho ser moleque. Fodam-se os adultos: eles são muito altos, fumam demais, tem nomes engraçados e trabalhos cansativos que só servem pra sair de lá e chegar em casa pra assistir televisão.
Não jogue sua infância no lixo: tatue-a no braço.
Moleque out.
21.6.05
Décimo Terceiro.
Décimo Segundo.
Up The Metal !
Peace Sells
What do you mean, "I don't believe in God"?
I talk to him every day.
What do you mean, "I don't support your system"?
I go to court when I have to.
What do you mean, "I can't get to work on time"?
I got nothing better to do
And, what do you mean, "I don't pay my bills"?
Why do you think I'm broke? Huh?
If there's a new way,
I'll be the first in line.
But, it better work this time.
What do you mean, "I hurt your feelings"?
I didn't know you had any feelings.
What do you mean, "I ain't kind"?
I'm just not your kind.
What do you mean, "I couldn't be president, of the United States of America"?
Tell me something, it's still "We the people", right?
If there's a new way
I'll be the first in line,
But, it better work this time.
Can you put a price on peace?
Peace,
Peace sells...,
Peace,
Peace sells...,
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
Peace sells...,but who's buying?
[n+1 times more]No, peace sells...
Décimo Primeiro
É que ele tava escrevendo uma carta e tava lutando contra o papel e num saía a danada. Ele reescrevia e reescrevia e nada. Acho que era para um cara que ocupava um cargo público lá, num sei. Pois é, daí, o verdadeiro escritor não sabe escrever, porque ele escrevia e escrevia, mas não conseguia escrever nada !
^^".
Bicho doido.
Décimo.
Pronto.
Ouvir o antológico "Peace Sells... But Who's Buying ?" é a mesma sensação. Porra de álbum do caralho de asa de unicórnio. Dave Mustaine e Cia estavam inspirados quando compuseram este clássico dos primórdios do trash metal. Simplesmente fantástico.
Mas ainda assim, tem seus defeitos, como tudo.
Eu li um negócio interessante num artigo sobre a NWOBHM. No comecinho, o articulista dizia que as bandas como Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath - os jurássicos do heavy metal - no final do anos 70, estavam, apesar de decandentes, "super-popularizadas" e, logo, intocáveis. A NWOBHM foi uma reação a esta decadência do heavy metal, composto por bandas como o Iron Maiden, o Saxon, o Judas Priest, o AngelWitch, o Samsom.
Et coetera.
Só os fraco.
Mas a aula de história fica para depois. O que eu quero discutir é o que o cara disse sobre a popularidade das bandas citadas.
É o que acontece em vários campos da cultura humana, e eu já tinha percebido que algumas coisas, algumas categorias, tem status de dogmas, são intocáveis, estão sedimentados nas nossas cabeças. E nunca tinha - realmente - entendido porque e como elas conseguem essa tão almejada classificação.
Daí o cara disse, logo ali em cima: "Super-popularização."
A coisa tem um quê que chega nas cabeças de tantas pessoas da mesma maneira - atingindo todas de uma maneira positiva - que aquilo é socialmente colocado como "bom." Ninguém PODE falar mal do Iron, ou do Judas: é pecado, meu caro.
Mas dogmas são perigosos e todo mundo sabe disso. Por isso que eu disse que o "Peace Sells..." tem defeitos, apesar de ser um álbum do caralho. Foi estabelecido socialmente - talvez não, hum... - que o Metallica, o Anthrax, o Megadeth e o Slayer são os quatro pais do Trash Metal norte-americano.
É uma discussão filosófica que todo mundo fica dando voltas e voltas e voltas e num chega a canto nenhum sem sair do início. E eu não tô com saco agora pra continuar ela, infelizmente, muito infelizmente. Mas depois eu retomo ela e a história da New Wave Of British Heavy Metal.
Hum, estou prometendo coisas que não vou cumprir. Provavelmente. Mas ninguém disse que escrever era fácil.
Out, God, Jesus and Satan.
20.6.05
Nono.
E, claro, mandar um bocado de gente para a puta que os pariu.
Ah, e me lembrei de voltar a assistir "Lost." Ámem. Porra de programa massa. Embora eu tenho perdido Os Simpsons, mas valeu a pena. Agora é só não perder mais nenhum para não ter que perder Os Simpsons.
Puta que porra. Não tem um tutorial de desenho que preste em português. HUm, o Nomada deveria fazer um e publicar na Net. Ia ficar fudido. Vou sugerir pra ele.
Ah, e eu também tenho que mandar o André se fuder por ter acabado o Live de Vampiro. Filho de cadela sarnenta e grávida de um gato.
Out, baby boy.
19.6.05
Oitavo.
Muito foda.
Sexto.
Ouça o "British Steel", do Judas Priest. Up The Rob Halford. Depois eu vejo o Tim Owens. Não acho que dá pra ficar melhor.
Hum, tinha me esquecido como é bom NÃO dormir.
Aliás, eu descobri um negócio, no mínimo, interessante: mesmo desligando e ligando intermitentemente o Ragnarok, ele AINDA continua travando. Maldito PC. Vou ter que ir na Lan House. É o jeito. Raios.
Algumas coisas que devem ser ditas pela manhã para o dia começar bem:
1. Porra de banda massa esse Judas Priest.
2. Porra de anime massa esse Excel Saga.
3. Porra de jogo massa esse Ragnarok.
4. Porra de RPG massa esse Mago: A Ascensão.
Ah, e tem um desenho no Cartoon de um gato siamês que tem um parente - gato também - que é primo de um cachorro. Daí esse gato tem vergonha de brincar com o cachorro - que, aliás, tem um chpaéu azul na cabeça - mas, no final do episódio, ele dá uma de irmão mais velho e diz que se os outros cães frescarem com ele, ele vai meter a sola neles.
Surreal. Coisas da manhã.
Out.
18.6.05
Quinto.
"Do Amor
O Renato Russo acreditava que o amor era fácil. Eu não sou fã nem de Legião, nem de Renato, nem de banda brasileira - raios, nem do Brasil - então discordar com ele é fácil.
É é porra que é fácil.
Eu tenho para mim e meus botões que o amor é um ditador latente em todos nós. E a amizade é o maior ato subversivo de todos. Aliás, isso dá uma discussão sobre liberdade e felicidade, mas outra hora. Aqui é amor.
Comçando do fim, quando o amor acaba - porque ele acaba - ele é jogado no ostracismo em algum país europeu e a guerra civil se instala. Aí fodi tudo. Principalmente para algum ditador conquistar o poder novamente. O país se fecha para tentar a estabilização. As forças estrangeiras são vistas como causadoras da desordem já instaurada e por isso são impossibilitadas de entrar no território. A Guerra Civil - após algum tempo - esfria, mas ainda está lá, sob a forma sub-reptícia de guerrilha intermitente. Há, nessse momento, alguma abertura, mas, quando as bases estão aparentemente fundadas, algum filho da puta muito sacana e gente boa que sabe o que faz chega e mete um avião na bunda do país.
Aí é foda. O país perde a confiança das outras nações e se fecha, novamente, mas agora pro motivos compulsórios: não tem com quem se relacionar. A economia vai pro buraco, as relações exteriores cessam de existir e todo resto volta para o útero da puta que o pariu.
Isso quando o amor acaba.
Quando ele começa, é bem simples: superávit econômico e o cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, com direito de veto.
Tá tudo bem. O país vai bem, a economia vai bem.
Daí aparecem os escândalos. Os primeiros, pequenos. Os últimos são os últimos. E os últimos não são pequenos.
Aí fodi tudo. E o amor começa a acabar.
Quando o amor acaba, acontece o que foi descrito linhas acima.
Tem meio ? Se tiver, é igual ao começo, só que sem a surpresa daquele lufada inesperada de dignidade na vida dos governantes. Só boas notícias.
Por que que o amor é difícil ? Por que, meus caros, é uma guerra este filho da puta. A metáfora veste como um luva de boxe. O amor é uma eterna luta que VAI te fuder se tu não souberes, meu caro, o que quer e aonde vai te levar aquilo que você tá fazendo agora. Ele aparece do nada, e você tem que ter tudo planejado. Mas - algumas vezes, graças aos céus - a gente nunca tem. E essa é a graça, na maioria das vezes.
Na maioria das vezes, é o choro também."
Vou dormir. Tentar.
Out.
Quarto.
"Vá se fuder."
Muito bem.
Algumas coisas:
1. Se você quer se matar ou tem entre 13 e 2o e poucos anos, leia Álvaro de Campos. Você se sente uma merda.
Literalmente.
Uma merda cagada num vaso que não é lavado desde 1938.
Agora, se você for alguém em contato com o seu lado criança - como eu - leia a Cecilinha. Nem quando ela tenta, a mulher consegue escrever algo triste. Subjetivo, no máximo.
Mas, se você for que nem eu - que gosta de mandar as pessoas se fuderem - leia eu - que está mais fácil - ou leia o Glauco Matoso, que faz o trabalho também.
Terceiro.
Muito bem, alguns lembretes para eu me esquecer:
1. O Rock Lee é o homem - isso eu não vou esquecer.
2. Tenho que ajeitar meu Ragnarok pra ele parar de travar o PC.
3. Comprar um PS2 ou ir lá no Edvaldo jogar no 3.
4. Não consigo pensar em nada para me lembrar agora.
5. Caralho, dezessete é um número muito bonito mesmo. Puta que o pariu.
6. Ah, e comprar os ingressos do show do Angra.
METAL !
7. Postar este post.
Segundo.
Faz tempo que não escrevo. Aliás, um dos motivos porque não gosto de postar em blogs é a ausência de parágrafos.
Puta merda. Eles fazem muita falta. Num sei como é que se consegue escrever sem eles.
- Um pequeno lembrete: Haverá Coca-cola no comunismo, então não se preocupem.
Sim, voltando ao post.
Parágrafos !
Caralho, eu amor eles. Beijo de língua nos parágrafos. Atitude, irmãos !
Ámem.
Primeiro.
Porra de banda massa esse Judas Priest.