18.6.05

Quinto.

Três horas da madrugada. Dor de barriga. Hora mais que adequada para ensaios.

"Do Amor

O Renato Russo acreditava que o amor era fácil. Eu não sou fã nem de Legião, nem de Renato, nem de banda brasileira - raios, nem do Brasil - então discordar com ele é fácil.

É é porra que é fácil.

Eu tenho para mim e meus botões que o amor é um ditador latente em todos nós. E a amizade é o maior ato subversivo de todos. Aliás, isso dá uma discussão sobre liberdade e felicidade, mas outra hora. Aqui é amor.

Comçando do fim, quando o amor acaba - porque ele acaba - ele é jogado no ostracismo em algum país europeu e a guerra civil se instala. Aí fodi tudo. Principalmente para algum ditador conquistar o poder novamente. O país se fecha para tentar a estabilização. As forças estrangeiras são vistas como causadoras da desordem já instaurada e por isso são impossibilitadas de entrar no território. A Guerra Civil - após algum tempo - esfria, mas ainda está lá, sob a forma sub-reptícia de guerrilha intermitente. Há, nessse momento, alguma abertura, mas, quando as bases estão aparentemente fundadas, algum filho da puta muito sacana e gente boa que sabe o que faz chega e mete um avião na bunda do país.

Aí é foda. O país perde a confiança das outras nações e se fecha, novamente, mas agora pro motivos compulsórios: não tem com quem se relacionar. A economia vai pro buraco, as relações exteriores cessam de existir e todo resto volta para o útero da puta que o pariu.

Isso quando o amor acaba.

Quando ele começa, é bem simples: superávit econômico e o cadeira permanente no conselho de segurança da ONU, com direito de veto.

Tá tudo bem. O país vai bem, a economia vai bem.

Daí aparecem os escândalos. Os primeiros, pequenos. Os últimos são os últimos. E os últimos não são pequenos.

Aí fodi tudo. E o amor começa a acabar.

Quando o amor acaba, acontece o que foi descrito linhas acima.

Tem meio ? Se tiver, é igual ao começo, só que sem a surpresa daquele lufada inesperada de dignidade na vida dos governantes. Só boas notícias.

Por que que o amor é difícil ? Por que, meus caros, é uma guerra este filho da puta. A metáfora veste como um luva de boxe. O amor é uma eterna luta que VAI te fuder se tu não souberes, meu caro, o que quer e aonde vai te levar aquilo que você tá fazendo agora. Ele aparece do nada, e você tem que ter tudo planejado. Mas - algumas vezes, graças aos céus - a gente nunca tem. E essa é a graça, na maioria das vezes.

Na maioria das vezes, é o choro também."

Vou dormir. Tentar.

Out.

Um comentário:

Suyá Lóssio disse...

o amor vai fuder todo mundo.
vai matar
igual à guerra.
e nem é poesia
morrer de amor.