20.10.05

Na rua.

Adeus. Ele também. As mãos cumprimentaram-se, cordialmente. Não que tanta formalidade fosse necessária.

Os pneus do ônibus rugiam na rua. Mãos dadas. A água tentado atingir o calçadão novamente. Mãos dadas. Sol queimando: mãos dadas.

Dadas não: concedidas, apertadas, porque o amor - havia amor - era fraternal. Não que não houvesse o sexual ali: havia. Mas ouçam o amor quando ele fala pela pele. Tudo fica mais apertado, mais junto. Amor é um colo macio, é uma rede no alpendre de tarde.

Mãos dadas. Desfazem-se em rotina, novamente, mas sempre lembrando dos dedos entrelaçados naquela rua, apressados.

Um comentário:

Anônimo disse...

é sim o amo trás pra junto,dá significado a atos tão pequenos...quem pode dizer não haver beleza nas maõs enlaçadas?ao contrário,felizes os que bem mesmo que só porque um ao lado do outro.