24.8.05

Octogésimo Quinto - Saiam, Saiam ! Corram ! Salvem Suas Almas !

Eu não sei pra quê eu escrevo. Perder tempo me lendo e perder o tempo - pouco tempo - que se tem pra ler o Pessoa, o Rubem Alves, o Airton Monte, a Cecilinha, o Drummond, a Hilda Hilst, o Soares Feitosa, o Manoel - Manel ! - Bandeira, meu povo.

Parem de me ler, por obséquio. Para o bem de vocês. Vão fazer algo com as suas vistas, melhor que gastar em mim que não falo de amor como o Drummond, que não tenho a poesia didática do Rubem Alves, que não tenho o leveza do Airton Monte, não tenho a habilidade poética nem o exercício da prática de nenhum deles. Não sou poeta, acima de tudo. Só quero ser. Não tenho qualquer coisa da Hilda em mim, não tenho os maravilhosos surtos de inspiração do Soares e não vou nem falar do Manoel. Nem do Pessoa.

Deus livre vocês das minhas palavras. Deus sabe que não vou parar de escrever aqui: corro perigo de surtar ou ter um AVC, que deus me livre. Então corram, meus caros, corram, vocês que me lêem ! Corram para os garanhões ! Não precisam de um jumento batizado quando se tem um cavalo de corrida profissional, bem tratado, de raça, bons dentes !

Por tudo que é mais sagrado ! Ainda estás aqui, criatura ! Vai-te embora ! Vai de ré ! Vai ler, vai estudar, vai ver um filme, vai se masturbar, vai masturbar alguém, vai transar, vai fumar, vai beber, vai usar drogas, vai fazer um fanzine, vai acreditar em ti que é o melhor que tu faz ! Subescrita deve morrer ilegida. E eu nem sei se essa palavra existe.

Nenhum comentário: