15.8.05

Sexagésimo Nono - Do Drummond.

Comprei uma Antologia Poética dele. Ainda não li toda, mas este é um dos melhores dele. Rubem Alves cita que dá nojo. Ó só.

Ausência

Por muito tempo achei que ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, esse ausência assimilada,
ninguém rouba mais de mim.

Fantástico, Drummond. Absolutamente.

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